É
um dos confrontos mais decisivos da história do Brasil. E terrivelmente
desigual. De um lado, atuam grupos sociaisespontaneamente organizados,
dependentes apenas do idealismo e do civismo de seus membros. Mobilizam-se
contra o uso político, ideológico e partidário do sistema de ensino. De seu
sucesso depende a possibilidade de que o Brasil, num horizonte de médio prazo,
possa contar com a ação livre, criativa e produtiva de sua juventude para
embarcar num padrão de desenvolvimento compatível com os países que já colhem
os resultados de sua opção pela Educação.
No
outro lado desse confronto estão os que, ao longo de sete décadas, numa
continuada ação de pirataria intelectual, se foram apropriando dos instrumentos
essenciais do ensino em nosso país. Nada concederam ao acaso. Escalaram a nave
educacional pela popa e pela proa, ocuparam o convés, assumiram o leme,
ergueram-sepelo cordame e hastearam uma bandeira vermelha no topo do mastro
maior, para que todos saibam a que e a quem serve o imenso e malbaratado
investimento nacional em Educação. É uma estrutura tão danosa quanto poderosa.
Ela se vale do uso abusivo da sala de aula por professores que aparentemente
aprenderam com os índios jivaros a técnica de encolher cabeças; da militância
dos sindicatos profissionais dos docentes; da apropriação política do
Ministério da Educação, de suas verbas e programas; do controle dos conteúdos
dos livros didáticos; das provas e concursos públicos, do ENEM, e por aí vai. O
que acontece no setor “cultural” é um nadinha, merreca, comparado com o que
acontece no “educacional”.
Mas
não só isso. Se você pensa que os controladores dessa agenda nos últimos 13
anos só roubaram o nosso dinheiro, o patrimônio público, a credibilidade do
país, saiba que omagno malefício da corrupção é pequeno se comparado com o
assalto ao sistema de ensino, que já abocanhou as potencialidades e o futuro de
mais de uma geração de brasileiros, formatados para serem massa de manobra do
movimento revolucionário em curso. De milhões de brasileiros, tomaram o
intelecto e a honestidade! Como calcular o valor desse dano? Mentiram-lhes
tanto que já não se importam com a diferença entre verdade e mentira. Trata-se
de uma atividade que se conta em décadas e que, na prática, viabilizou a
chegada ao poder, em 2003, do grupo que governou o Brasil nos últimos 13 anos.
A tragédia social, política e econômica que se produziu no país compõe o
inevitável refrão do fracasso que se sucede a cada cantoria de quem governa sob
tais ideias e sob lideranças assim em qualquer parte do planeta. Nunca fizeram
algo melhor do que isso.
O
que mais bem expressa esse confronto entre o Brasil que está concebido pelo
sistema de ensino que temos e aquele pelo qual todo brasileiro anseia, é a
atividade do movimento Escola Sem Partido. Há muitos anos, sob a liderança de
Miguel Nagib, esse grupo vem denunciando a pirataria apátrida das bandeiras
vermelhas, símbolos de uma revolução que nenhuma pessoa sensata poderia
desejar. E se é algo que nenhum pai ou mãe há de querer para seus filhos, cabe,
então, a pergunta: como conseguem, os piratas da Educação, mobilizar pessoas
para algo que, em todas as suas experiências, só gerou miséria e opressão?
Resposta simples: acabando com a sensatez. E é impossível acabar com a sensatez
sem controlar os meios de ensino.
A
UNE, União Nacional de Estudantes, há mais de meio século é comandada por
jovens comunistas, estudantes profissionais, a serviço de uma agenda apátrida,
de pirataria política, que nada tem a ver com o bem do Brasil. Em nome de qual
interesse público a rapaziada da UNE recebe milhões de reais por ano do nosso
dinheiro para queimarem em festas, bebidas e viagens e, claro, atenderem com
docilidade aos estalos de dedo dos que lhes suprimiram mente e caráter?
Por:
Percival Puggina
Sexta-feira,
10 de junho, 2016
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