O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do
ex-presidente da República, José Sarney, de acordo com reportagem desta
terça-feira (7) do jornal "O Globo". A TV Globo confirmou a
informação e apurou também que, no caso de Sarney, por ser idoso, ele seria
monitorado por tornozeleira eletrônica.
Também foi pedida por Janot a prisão do
presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De
acordo com o jornal, o procurador-geral pede a prisão dos quatro por suspeita
de eles estarem obstruindo as investigações da Operação Lava Jato. A reportagem
diz também que os pedidos de prisão estão com o ministro do Supremo Tribunal
FederalTeori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, há pelo menos uma
semana.
No caso de Cunha, segundo a TV Globo apurou, o
Ministério Público alegou que a decisão de Teori, em maio, de afastá-lo da
presidência da Câmara e do mandato, não surtiu efeito e o deputado continuou
interferindo no comando da Casa.
'O
Globo' afirma que Janot pediu também o afastamento de Renan da presidência do
Senado, a exemplo do afastamento de Cunha.
A
TV Globo procurou o presidente do Renan, mas ainda não recebeu resposta.
Ao
jornal "O Globo", o senador disse que mantinha apenas uma relação
institucional com o ex-presidente da Transpetro e que na conversa com Sérgio
Machado expressou apenas um ponto de vista sobre a Lava Jato.
A
TV Globo também procurou o senador Romero Jucá, mas a assessoria dele ainda não
retornou o contato. Ao jornal, Jucá negou que tenha recebido qualquer dinheiro
ou autorizado alguém a receber recursos em nome dele.
A
defesa de José Sarney disse que é "inacreditável" que os advogados
dos interessados não tenham acesso às delações que estão em todos os jornais. A
defesa disse ainda que Sarney em momento algum tentou interferir na Lava Jato e
confia no poder Judiciário.
Procurado
pelo G1, Eduardo Cunha disse, por meio de mensagem, que não conhece o teor do
pedido de prisão e que só iria comentá-lo depois de conhecê-lo.
Renan, Jucá e Sarney
A
alegação de Janot de que Sarney, Jucá e Renan estariam agindo para barrar a
Lava Jato se baseia, segundo o jornal, na delação premiada do ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, que, de acordo com a reportagem, traz indícios de
que os três queriam limitar as investigações.
De
acordo com o Ministério Público, dizem as informações confirmadas pela TV
Globo, Renan, Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações. Entre
as ações dos três nesse sentido estão, segundo o MP: a tentativa de mudar
a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda
instância; a tentativa de mudar a lei , para permitir delação premiada apenas
para pessoas em liberdade, e não para presos investigados; e também uma pressão
dos três para que acordos de leniência das empressas pudessem esavaziar todas
as investigações.
Propina
Gravações
que Machado fez de conversas com políticos já derrubaram dois ministros nos
primeiros 15 dias do governo Temer: o próprio Jucá (Planejamento) e Fabiano
Silveira (Transparência). Nas conversas gravadas, os dois criticavam a Lava
Jato.
Em
uma reportagem do dia 3 de junho, "O Globo" já havia relato que
Machado contou aos investigadores ter pago pelo menos R$ 70 milhões a
integrantes da cúpula do PMDB.
Ele
disse que pagou a Renan cerca de R$ 30 milhões. Para Sarney, Machado relatou a
entrega de cerca de R$ 20 milhões. Machado citou ainda que entregou outros R$
20 milhões a Jucá.
Os
valores, segundo Machado, foram desviados da subsidiária da Petrobras,
responsável pelo transporte de combustível no país. Jucá, Renan e Sarney
negaram as acusações. (G1)
Terça-feira,
07 de junho, 2016
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