Não
há nada de novo no velho governo de Michel Temer.
O
Brasil experimenta a melhor fase de sua pretendida mudança para melhor.
Os
avanços da Operação Lava Jato e a expectativa de novas revelações de colaborações
premiadas nos trazem este alento, escancaram a verdade nua e crua do que já
sabemos, mas que só acreditamos vendo, sobretudo, quando há o desfecho final do
ato judiciário com a prisão do criminoso.
Hoje,
aliás, é o que funciona no Brasil. Nada mais.
É
certo que cada um dos delatores, se pretende o benefício da lei de colaboração,
terá que trazer novos fatos aos já tantos escabrosos que pululam na imprensa.
Sim,
temos muitos fatos ainda não revelados e até mesmo esquecidos e mais, de
difícil restauração, principalmente àqueles de “menor importância”, haja vista
a métrica dos atuais escândalos que alcançam a casa do bilhão de reais.
Vê-se
que os protagonistas da delação revolvem fatos já há muito esquecidos, porém,
sabidos, tal o financiamento de campanhas com dinheiro desviado dos cofres
públicos. Querem angariar crédito com isto e, claro, redução de suas penas.
Renan
Calheiros, por exemplo, teve uma de suas campanhas financiadas por PC Farias,
revelou o delator Pedro Correia do PP de Pernambuco.
PC
Farias? Muitos nem sabem de quem se trata, graças aos sucessivos e diuturnos
escândalos, enfim, mas isto faz parte de outra história.
O
certo é que de lá pra cá, muito certamente ele substituiu o outrora PC Farias
por outros financiadores de suas campanhas e se mantém no poder até hoje.
Repito: Até hoje! Não só ele, a maioria deles, a grande maioria, quiçá todos
eles, raríssimas são as exceções, se é que tais existem. O que estamos
experimentando nesta quadra política é algo inimaginável.
Parcela
da classe média, os trabalhadores formais, do comércio, da indústria, a grande
maioria dos servidores públicos, não os que exercem cargos comissionados, mas
os que foram aprovados em concurso de provas e títulos, vêse, são os mais
espoliados nestes últimos anos, foram àqueles que saíram às ruas, pleitearam
uma saída para o Brasil, exigiram a deposição de um governo corrupto, o mais
corrupto já revelado e, como se viu, obtiveram o afastamento da presidente e
enxergam sua possível destituição, a despeito dos protestos de que referidos
atos revelariam um golpe, como insiste também o inefável agora exadvogado
geral da união, que continua fazendo o que sempre fez, a defesa privada da
agora presidente afastada.
Nos
moldes institucionais, eis que as instituições continuam teoricamente
funcionando, ademais, nada muda, só piora, assumiu o vicepresidente numa
condição de extrema delicadeza, eis que dependente do parlamento quer a todos
agradar.
Numa
espúria coalizão, acolhe a formação de seu governo mirando a maioria dos votos
para a aprovação de suas medidas, sobretudo, econômicas, ante a perspectiva de
se manter no poder após o prazo fatídico de cento e oitenta dias.
Eis
aí o que se pode admitir como sendo o primeiro turno de uma eleição que ainda
não começou.
Sendo
experiente e já numa idade em que não pode sonhar muito além de alguns breves
anos, embora essa classe contrarie a estatística média de sobrevivência da
população em geral, trabalha com a resiliência e se vale da oposição ferida e
da imprensa festiva para “fritar” seus nomeados, todos indicados pela coalizão
e, gradativamente, vai pretendendo formar um governo mais técnico, nesta hora,
para, num seguinte momento, imagina-se, reverter todo o poder político em seu
favor.
É
evidente que todo político, por essência, almeja ter e permanecer no poder.
O
que enxerga o presidente em exercício são os anos que virão após o término do
governo Dilma- Temer-Temer.
Ultrapassando
esta fase de grande tempestade política, ainda sob a fiscalização ferrenha e a
expectativa de poder da agora oposição, credencia-se o atual presidente em
exercício para a segunda e definitiva fase de sua eleição. Pois bem, o que
podemos esperar logo imediatamente?
Parece-nos
que S. Excelência pretende mirar numa recuperação da economia em caráter de
extrema urgência, pelo menos é o que se depreende, a julgar pela capacidade e
competência técnica da equipe econômica.
Sabe
o Senhor Presidente, mais do que ninguém, que o sucesso neste item, apenas
neste, o credencia para sua permanência no poder. É o que pretende.
Agora,
imaginem se o partido rechaçado do poder vai admitir que o país volte a crescer
e revele mais ainda a sua brutal incompetência?
Evidente
que não; aliás, uma amostra de tal comportamento nos deu o senador Lindenberg
Farias, pois, segundo a imprensa, comemorou efusivamente o aumento da taxa de
desemprego que eles mesmos ajudaram a fomentar. Um descalabro.
Assim,
haveremos de ficar atento e se preciso for, mais uma vez, mostremos a nossa
força, a voz da ruas.
André
Braga
Sábado,
04 de junho, 2016
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