Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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30 junho, 2016

APROXIMAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL COM PODER LEGISLATIVO É TEMA DE ENCONTRO NO TSE




Na quinta-feira(30), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, recebeu parlamentares durante um café da manhã para o que chamou de abertura de diálogo da Justiça Eleitoral com as lideranças políticas, com o objetivo de falar sobre dificuldades em relação às Eleições de 2016. O ministro Gilmar Mendes falou do seu ânimo de contribuir com as “lideranças expressivas do Congresso Nacional” para reformas eleitorais que venham a ocorrer depois das eleições municipais. O papel do TSE será o de cooperar no sentido de fortalecer as instituições.

Urnas eletrônicas

As urnas eletrônicas também foram tema do encontro. O presidente do TSE ressaltou que os sistemas que serão utilizados nas eleições estão abertos para verificação e acompanhamento pelos partidos. “Conclamei os líderes e partidos políticos a participarem dessa verificação para que a gente possa superar as eventuais dúvidas que existem sobre o sistema eletrônico de votação, que nos enche de orgulho. Sabemos que esse é um sistema desenvolvido pelo Brasil e que permite que o país tenha um padrão civilizatório superior, muitas vezes, até em relação aos países mais desenvolvidos”, frisou.

Questionado por jornalistas sobre as principais dificuldades que serão enfrentadas no próximo pleito, o ministro Gilmar Mendes citou a proibição de doações das pessoas jurídicas, uma vez que esta será a primeira eleição que essa restrição será aplicada. Ele lembrou que o Congresso Nacional aprovou limites de doação para cada um dos 5.570 municípios.

“Vejam que em 80% dos municípios o limite de gastos é de 100 mil para prefeito, 10 mil para vereadores, portanto é um limite muito estrito e certamente teremos questionamentos de um lado e de outro, portanto teremos uma intensa judicialização”, afirmou ao lembrar que os prazos curtos também vão fazer com que as candidaturas sejam, muitas delas, provisórias. “Então vamos ter uma eleição definida, mas em seguida certamente haverá mudança de resultado por conta da mudança do quociente eleitoral, anulação de votações e também impugnações dos candidatos majoritários a prefeito. Em suma, é um quadro todo especial e nós queríamos chamar a atenção de que algumas ilicitudes que ocorrerão não serão causadas pela Justiça Eleitoral, mas pelo modelo institucional que foi aprovado na legislação”, disse o presidente do TSE.

Senado

O senador Renan Calheiros afirmou que é “fundamental esse diálogo porque, na prática, é um primeiro passo para que possamos ter uma relação mais efetiva e, somando esforços, fazermos a reforma política, pois a sociedade não aguenta mais que o Legislativo não entregue a reforma política”.

Ele ressaltou que o Senado Federal já votou essa reforma em muitas oportunidades, mas ela não tem conseguido caminhar na Câmara dos Deputados e, como o Brasil tem um sistema de bicameralismo, qualquer matéria que tramita em apenas uma das Casas não chega ao final. “Por isso que essa reunião cria um momento para que todos nós possamos definir uma pauta mínima para a reforma política eleitoral que deverá ser basicamente a cláusula de barreira e o fim da coligação proporcional”, exemplificou.

Sobre a proibição do financiamento privado das campanhas eleitorais, Renan Calheiros afirmou: “acho que a sociedade, com muita razão, não quer mais dar um cheque em branco para o financiamento privado de campanha, mas eu entendo que mesmo assim nós precisamos ter regras claras para que não haja dúvida ou insegurança durante o processo político eleitoral”.

O senador Cássio Cunha Lima também afirmou que há uma necessidade urgente de reforma política que passa não apenas pelo Congresso Nacional, pela Justiça Eleitoral, mas pela sociedade brasileira. “O nosso sistema chegou a um grau de esgotamento que precisa ser reformado com urgência para que a democracia representativa sobreviva, já que ela vive uma crise de representatividade muito grave e exige por tanto essa reforma”, enfatizou ao lembrar que a reforma política aprovada em 2015 não foi suficiente e, talvez, ainda tenha piorado o sistema. “Trata-se de um sistema irreal porque o Congresso terminou criando regras de limitação de gastos que podem ser vistos como positivo, mas, ao mesmo tempo, não desenhou um sistema de financiamento que garanta a transparência necessária para o sistema. É preciso se fazer muito ainda para que possamos melhorar a representatividade da nossa democracia”, disse ele.

Câmara

Representando a Presidência da Câmara dos Deputados, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) disse que a parceria entre TSE e Congresso deve priorizar fundamentalmente uma nova legislação eleitoral. “Esse diálogo é fundamental para que haja uma boa relação entre o TSE e aqueles que aprovam as leis, que é o Congresso Nacional. Para nós, é uma satisfação muita grande, pois vamos ter uma eleição que se avizinha para prefeitos e vereadores sem o financiamento privado de campanhas, então tem uma séria de questões que a gente espera que o próprio TSE possa aplicar a lei que já foi aprovada, para que possamos fazer uma eleição limpa que é exatamente o que a sociedade brasileira exige”, enfatizou.

Ele falou sobre uma outra questão que deverá ser debatida futuramente entre as duas instituições que é em relação ao número de partidos políticos. “A sociedade brasileira não consegue ter uma democracia com um número elevadíssimo de partidos políticos, precisamos ter regras mais rígidas. Há uma dificuldade hoje muito grande de se ter votações na Câmara e no Senado com esse número elevadíssimo de partidos políticos. Não se trata de extinguir partidos, mas é necessário criar regras para permitir que eles não tenham acesso ao Fundo Partidário, ao tempo de televisão porque temos visto muito a formação de partido para negociar espaço de televisão e rádio e, eventualmente, liberação de verba partidária. Essas questões são fundamentais para que a gente possa fazer a nossa democracia sólida com partidos políticos que, efetivamente, represente a maioria da sociedade brasileira”.

CM/TC

Quinta-feira, 30 de junho, 2016

TSE ANALISA SE 'VAQUINHAS' NA INTERNET PODEM FINANCIAR CAMPANHAS ELEITORAIS



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá se manifestar em breve sobre a possibilidade de candidatos captarem doações para suas campanhas eleitorais por meio do "crowdfunding", sistema de financiamento coletivo disponível na internet geralmente usado para bancar trabalhos artísticos, ações de voluntariado, pequenos negócios e reportagens jornalísticas.

Atualmente, vários sites e aplicativos no Brasil e no exterior oferecem a possibilidade de realizar as "vaquinhas" pela rede. A partir disso, os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Daniel Coêlho (PSDB-PE) apresentaram, na semana passada, uma consulta ao TSE questionando se e como a ferramenta pode ser usada para contribuições de pessoas físicas às campanhas.

A consulta leva em conta a proibição, determinada no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de empresas doarem para candidatos e partidos. A eleição municipal deste ano, portanto, será a primeira em que somente pessoas físicas poderão transferir recursos para pagar as propagandas, eventos e deslocamentos dos candidatos.
A consulta considera ainda que, em eleições passadas, 80% do financiamento das campanhas vinha de empresas e por isso, "haverá necessidade de reposição parcial de recursos através da ampliação da participação de pessoas físicas". Também aponta para a capacidade das vaquinhas virtuais aproximarem pessoas físicas de causas políticas.

Pela legislação atual, pessoas físicas podem efetuar doações eleitorais somente para uma conta bancária específica do candidato ou partido aberta para registrar todo o movimento financeiro da campanha. A lei permite, inclusive, que a doação seja feita por meio de mecanismo no site do candidato com uso de cartão de crédito, desde que haja identificação do doador, emissão de recibo para cada doação realizada.

No sistema de crowdfunding, porém, contribuições, em geral, são feitas para uma conta do site que oferece o serviço e posteriormente transferidas ao beneficiário. A consulta de Molon e Coêlho questiona de esse repasse ser feito para as doações eleitorais, seguindo as mesmas exigências de identificação e emissão de recibo.
A consulta também pergunta se apoiadores individuais dos candidatos podem divulgar os sites que fazem a arrecadação para incentivar potenciais doadores, sem que a conduta seja enquadrada em propaganda eleitoral irregular. Outra dúvida é se a captação pode ser iniciada antes do período oficial de campanha, que começa no dia 16 de agosto.

Nesse caso, os deputados propõem que o dinheiro fique guardado e a transferência para o candidato seja feita somente após o início da campanha. Caso o partido não aprove a candidatura daquela pessoa, o dinheiro seria devolvido ao doador.

Mesmo em caso de candidaturas aprovadas, os deputados ainda questionam se um doador arrependido poderia pedir o dinheiro de volta até o final da campanha.

A consulta foi enviada por sorteio para a análise da ministra Maria Thereza de Assis Moura, atual corregedora da Justiça Eleitoral. Depois de analisar o pedido, deverá levar propor as respostas e soluções ao plenário do TSE, que aprovará ou não essa forma de realizar as doações. A decisão deve ficar para agosto, após o recesso do Judiciário, em julho.

Renan Ramalho

Quinta-feira, 30 de junho, 2016

29 junho, 2016

O MINISTRO DIAS TOFFOLI, DO (STF)AUTORIZA LIBERAÇÃO DE EX-MINISTRO PAULO BERNARDO E MAIS 7



A Justiça Federal determinou a liberação do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso desde quinta-feira (23) na sede da Polícia Federal em São Paulo após a Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato. Além do petista, outros sete suspeitos de se beneficiarem de esquema de desvio milionário foram liberados. Dois ainda continuam presos. Até as 20h05 nenhum deles tinha saído do edifício na Lapa, Zona Oeste da capital.

 O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), ex-advogado do PT atendeu quarta-feira (29) pedido do ex-ministro Paulo Bernardo e revogou a prisão dele, mas recusou outra solicitação da defesa do petista para que o caso fosse encaminhado da Justiça Federal de São Paulo para a Suprema Corte.

Apesar de a decisão de Toffoli apenas ser destinada a Bernardo, o juiz da primeira instância que determinou a liberação concedeu a liberdade aos outros sete investigados. "Ressalto que deixo de determinar outras medidas cautelares para o investigado João Vaccari pelo fato de já estar preso por outro Juízo", disse o juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal de São Paulo.

Para ganhar a liberdade, os oito investigados terão de se submeter a algumas medidas, como entregar o passaporte e não sair do país.

Veja as medidas cautelares determinadas pelo juiz:
- Comparecimento quinzenal a este Juízo (para os investigados residentes em São Paulo) ou ao Juízo (Federal, se houver) da cidade onde morarem;

- Proibição de contato com todos os demais investigados;
- Suspensão do exercício de função pública;

- Proibição de ausentar-se do país, devendo os investigados entregar o passaporte à Justiça Federal;
- Além disso, os investigados deverão comparecer a todos os atos da investigação ou do processo a que forem intimados.

Sem tornozeleira

O Ministério Público Federal (MPF) requereu o monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira. O juiz, porém, disse que não tem convênio para a utilização desses equipamentos.

“Em relação ao monitoramento eletrônico, é preciso ressaltar que este Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ainda mais em tempos de cortes de despesas, não dispõe de convênio para utilização das tornozeleiras eletrônicas. Trata-se de um problema estrutural da Justiça e este Juízo não pode determinar medidas cautelares não passíveis de efetivação prática”, disse o magistrado da 6ª Vara Federal de São Paulo.

Segundo o Jornal Nacional, o juiz afirmou que, apesar de acatar o pedido de liberdade, discorda da decisão de Toffoli porque o dinheiro desviado ainda não foi encontrado e pode ser usado novamente.
 Em nota, os procuradores que integram o grupo de trabalho da Operação Custo Brasil disseram que viram “com perplexidade a decisão monocrática do ministro Dias Toffoli que concedeu habeas corpus de ofício para o ex-ministro”. “Ao não conhecer integralmente a reclamação ajuizada e decidir pela soltura de Paulo Bernardo, o ministro suprimiu instâncias que ainda iriam tomar conhecimento do caso e sequer ouviu a Procuradoria Geral da República” (leia a íntegra da nota no fim desta reportagem).

Primeira instância
Na mesma decisão, Toffoli negou o pedido da defesa para que o caso de Paulo Bernardo fosse encaminhado para o Supremo Tribunal Federal. O ministro determinou no despacho que as investigações sobre o ex-ministro permanecesse na primeira instância.

O magistrado destacou que, "à primeira vista", os argumentos dos advogados do petista, de que o inquérito deveria ser enviado ao STF para ser anexado às investigações do suposto envolvimento de Gleisi no esquema criminoso. A senadora está sendo investigada no tribunal superior por ter foro privilegiado como parlamentar.

Toffoli também afirmou que os defensores de Paulo Bernardo não apontaram indícios concretos de que o ex-ministro pudesse ter prejuízo em sua defesa se o caso permanecer na primeira instância.

"Diante dessas circunstâncias, não vislumbro, neste juízo de estrita delibação, situação de violação da competência prevista no art. 102, inciso I, alínea l, da Constituição Federal, para justificar a liminar pleiteada", completou Toffoli.

Leia a nota do Grupo de Trabalho formado pelo Ministério Público Federal
"O Grupo de Trabalho formado pelo Ministério Público Federal em São Paulo para atuar na Operação Custo Brasil vê com perplexidade a decisão monocrática do ministro Dias Toffoli que concedeu habeas corpus de ofício para o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo, preso preventivamente no último dia 23 de junho.

Ao não conhecer integralmente a reclamação ajuizada e decidir pela soltura de Paulo Bernardo, o ministro suprimiu instâncias que ainda iriam tomar conhecimento do caso e sequer ouviu a Procuradoria Geral da República. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por exemplo, não conheceu de qualquer pleito semelhante oriundo da defesa do ex-ministro.

Na última terça-feira (27), a 11ª turma do TRF-3, por unanimidade, negou habeas corpus impetrado pelo investigado Daisson Silva Portanova na mesma operação. O Tribunal não vislumbrou qualquer ilegalidade que pudesse justificar a soltura imediata do impetrante.

O grupo envidará esforços para que a PGR busque reverter referida decisão. De qualquer forma, as investigações continuarão, em conjunto e de maneira coordenada pelas instituições interessadas, com a mesma isenção com que foram conduzidas até o presente momento.

                              SILVIO LUIS MARTINS DE OLIVEIRA

                               ANDREY BORGES DE MENDONÇA

                                      RODRIGO DE GRANDIS

                                   VICENTE SOLARI MANDETTA

                                PROCURADORES DA REPÚBLICA

                  GRUPO DE TRABALHO DA OPERAÇÃO CUSTO BRASIL"

*Com informações do G1