Mais uma vez, o Lula ameaça
candidatar-se à presidência da República, em 2018. Não garantiu, mas admitiu
apresentar-se. Para bom entendedor, é o que basta. Aliás, já bastava há muitos
anos. Ninguém duvida de que ao lançar Dilma Rousseff, no final de seu segundo
mandato, o primeiro-companheiro não tinha outra alternativa. Reagiu à tentação
do terceiro, que poderia ser criticado como golpe, apesar da facilidade com que
seria aprovada a emenda constitucional respectiva. Foi do PT, bem como de D.
Marisa, parte da reação que mandou o Lula temporariamente para casa. Apenas,
naqueles idos, ninguém duvidava da eleição de Madame, apesar de todos
concordarem em que após quatro anos da “gerentona” o antecessor voltaria. Ele
mesmo fez jogo de cena, desde o primeiro dia de Dilma. Afirmou o direito dela
disputar o segundo mandato. Era de brincadeirinha, mas ela acreditou e pegou o
peão na unha. Sem jeito, o Lula engoliu, mas certo de que apenas protelaria seu
retorno ao Planalto por quatro anos.
O diabo é que a sucessora meteu
os pés pelas mãos. Deu pouca atenção ao Lula. A campanha eivada de mentiras a
respeito do segundo mandato apenas revelou a falsidade do primeiro. Madame
ganhou por curta margem de Aécio Neves e insistiu no festival inaugurado em
homenagem ao Pinóquio. Nem o PT resistiu, preferindo seus cardeais dedicar-se
ao assalto à caverna do Ali Babá. Não demorou a perda de popularidade. Em queda
livre, a presidente reeleita insistiu na tentativa de tapear seu segundo eleitorado, agindo como se a
economia estivesse em ascensão, quando mergulhava para o fundo do poço.
Depois, foi o que se viu: rejeição
ampla e irrestrita, culminando na ainda inconclusa novela do impeachment e na
posse provisória do infeliz Michel Temer, que mal acaba de completar um mês no
poder.
Como resultado, Dilma está fora.
Só por milagre retornará à presidência, quando completados os nebulosos 180
dias. Por isso, o Lula tenta ressuscitar o terceiro mandato, mesmo sob o
impacto da impopularidade da sucessora havê-lo golpeado na moleira. Mas é
candidato, disposto a recuperar a aura que um dia o transformou em aplaudido
ex-presidente. Pode ganhar? Pode. Tudo dependerá dos adversários que enfrentar,
apesar do Exército Brancaleone parecer disposto a apoiá-lo.
Por tudo isso, haverá que
aguardar o término da interinidade de Temer. Dilma, no entanto, nunca mais...
Por: Carlos Chagas
Quarta-feira, 15 de junho, 216
Nenhum comentário:
Postar um comentário