Se
o Temer, de fato, pensa em fazer uma administração austera para se diferenciar
da bagunça financeira do governo petista, precisa urgentemente acabar com o
cartão corporativo e criar uma rubrica para gastos do governo com total
transparência. É inadmissível a orgia financeira da presidência da república
com o dinheiro do contribuinte. Além dos gastos com alimentação, hotéis de
luxo, roupas, flores e bugigangas diversas, a Dilma ainda está amparada pelo
sigilo que protege as compras. O Lula determinou, quando exercia o cargo de
presidente, que as despesas do governo ficariam em segredo. Ou seja:
institucionalizou a maracutaias. E assim, desde então, nenhuma das autoridades
de posse do cartão presta contas dos seus gastos.
Afastada
do cargo, Dilma continua como se ainda estivesse no comando do país. Só este
ano já foram gastos quase 4 milhões de reais. Em 2014, na época da eleição, o
governo gastou R$ 64 milhões usando os cartões em todos os órgãos. Apenas a
presidência da república torrou R$ 22 milhões (mais de 6 milhões de dólares).
Não se conhece no mundo uma mordomia dessa grandeza, onde integrantes da cúpula
do governo fazem compras indiscriminadamente com dinheiro público sem a
obrigação de prestar contas.
O
presidente em exercício parece que pretende moralizar a bagunça. Proibiu, por
exemplo, despesas com compras de flores que a Dilma pretendia fazer
recentemente para ser recepcionada pelos militantes petistas. É pouco, ou quase
nada, mas já é um aceno à moralização. Temer precisa cortar na carne acabando
com os cartões de seus principais auxiliares. Enquanto o país vive um momento
de caos na economia, com 12 milhões de desempregados, a inflação ameaçando sair
dos eixos, as contas públicas fora de controle e os preços dos alimentos nas alturas,
ainda existem 11.510 cartões nas mãos de funcionários públicos que farreiam com
o nosso dinheiro todo o dia.
O
cartão corporativo já foi objeto de escândalo no governo do PT. Descobriu-se, à
época, que ministros usavam-no até para comprar tapioca e fazer compras
pessoais e íntimas como foi o caso de Orlando Silva, do Esporte. O escândalo
ainda arrastou Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, e Altemir Gregolin, da
Pesca. Mesmo assim, os cartões voltaram a financiar o luxo dos seus donos
porque o PT virou a Casa da Mãe Joana.
Temer
daria um bom exemplo se eliminasse a farra dos cartões e tornassem
transparentes os gastos da presidência da república e de seus auxiliares
diretos. O povo brasileiro precisa de demonstrações efetivas de que o governo
(interino) está sendo vigilante com o seu dinheiro.
Em
2014, a Dilma e a sua equipe gastaram uma media de 24 mil reais por dia usando
os cartões, incluindo aí os feriados e fins de semana, no ano em que a
presidente passou pouco tempo no comando do país. A despesa foi declarada
sigilosa. Ou seja: os gastos estão amparados por uma lei draconiana que só
beneficia a quem dela se serve de forma sorrateira e esperta. Como está sob
reserva, é difícil saber se o dinheiro está sendo usado em hospedagens, restaurantes,
passagens aéreas e locais suspeitos como motéis e casas de massagens, proibidos
por lei.
Outra
medida que mostraria um governo preocupado com os gastos público seria a de
acabar com as viagens dos jatinhos da FAB que cortam o país nos fins de semana
levando a bordo ministros e assessores para seus estados. Uma despesa
desnecessária já que existem aviões de carreira disponíveis a toda hora para
qualquer lugar do Brasil. Aqueles que se envergonham ou temem ser hostilizados em aeroportos comerciais estão condenados a
não exercer cargos públicos.
O
fim dessas mordomias certamente levaria o brasileiro a acreditar que realmente o
país está mudando para melhor. Certamente seria visto com um olhar diferente.
Se nada for feito de forma a impedir a evasão do dinheiro do povo, mais cedo ou
mais tarde a massa vai novamente às ruas cobrar as mudanças. E dessa vez, as
consequências serão imprevisíveis.
Jorge
Oliveira
Terça-feira,
31 de maio, 2016
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