As
despesas do Poder Judiciário tiveram aumento real, já descontada a inflação, de
4,4% em 2017 na comparação com 2016, atingindo R$ 90,8 bilhões, informa o
relatório “Justiça em Números – 2018”, elaborado pelo CNJ (Conselho Nacional de
Justiça), divulgado na segunda-feira (27/8).
O
aumento foi superior à inflação acumulada no ano passado, de 2,95% pelo IPCA.
Do
total, 90,5% (R$ 82,2 bilhões) foram usados para cobrir gastos com recursos
humanos. A rubrica benefícios consumiu R$ 5,6 bilhões (6,8%).
Neste
mês, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram uma proposta
orçamentária para 2019 que prevê reajuste em seus salários de 16,38%. Se
aprovada no Congresso, a proposta deverá desencadear aumento salarial para
todas as categorias da magistratura.
De
acordo com os ministros, o gasto global do Judiciário não vai aumentar, porque
serão feitos remanejamentos internos. O relatório do CNJ mostra que apenas 9,5%
são aplicados em outras despesas (correntes e de capital), o que indica que a
margem de remanejamento dos valores é estreita.
PRODUTIVIDADE
Ao
fim de 2017, 80,1 milhões de processos aguardavam solução definitiva -244 mil a
mais do que em 2016, alta de 0,3%.
O
principal fator de lentidão da Justiça brasileira são as execuções fiscais, segundo
o CNJ. Em 2017, equivaliam a 39% do total de casos pendentes, com
congestionamento de 92%.
“Os
processos de execução fiscal representam, aproximadamente, 39% do total de
casos pendentes e 74% das execuções pendentes no Poder Judiciário, com taxa de
congestionamento de 91,7%”, informa o CNJ.
“Ou
seja, de cada cem processos de execução fiscal que tramitaram no ano de 2017,
apenas oito foram baixados.
Desconsiderando
esses processos, a taxa de congestionamento do Poder Judiciário cairia 9 pontos
percentuais, passando de 72% para 63% em 2017”, diz o documento.
PRISÕES
Segundo
o relatório, duas em cada três execuções penais iniciadas no ano passado foram
de penas privativas de liberdade -o equivalente a 65% do total, maior
percentual desde 2009. Foram 232,5 mil execuções de penas de prisão, de um
total de 358 mil ações de execução penal.
O
total de execuções penais pendentes também foi o maior desde 2009, quando
começou a série histórica do CNJ, chegando a 1,44 milhão -70% são de penas
privativas de liberdade, e os restantes 30%, de penas alternativas. (DP)
Segunda-feira,
27 de agosto, 2018 ás 18:00
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