Você,
brasileiro honesto, cumpridor de seus deveres, que zela pela ética como
princípio fundamental, que tenta educar os filhos com o objetivo de que eles
cresçam como homens decentes e honrados, dentro de valores de retidão moral,
que não aceita o império do crime instalado no País, que torce pela punição
exemplar dos malfeitores e o extermínio definitivo da praga da corrupção, o que
tem a dizer sobre essa frase: “O Rio de Janeiro não merece que governadores
eleitos democraticamente estejam presos porque roubaram dinheiro público”.
Roubar não deve levar à cadeia. Eis a nova lição dada pelo chefão do PT, o
presidenciável Lula.
É ou não é a pregação da bandidagem libertina
como forma de governo? Dias atrás, na condição de réu em sete processos por
lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha, ele, Lula, disse essa
dentre outras barbaridades a uma plateia de áulicos seguidores que o assistiam
em outra de suas escalas, em campanha antecipada e ilegal, no Rio. Se já fala
isso, imagine o que ele pode fazer caso volte a ocupar o Planalto.
Lula nem se preocupa mais em disfarçar. O seu
notório descaso pela ética chegou a tal ponto que ele coloca a “operação Lava
Jato” como a grande vilã da história. A mesma Lava Jato que desbaratou o
esquema de bilhões na Petrobras e colocou atrás das grades os responsáveis pela
pilhéria seria assim uma espécie de afronta aos “homens do bem”.
Acredite
se quiser. Para a patota, benevolência irrestrita. Já para quem está do outro
lado o tratamento é distinto. O juiz Sergio Moro, nas palavras do menestrel de
lorotas, não passaria de “um cara do mal”. Dias antes Lula também o tachou de
“surdo”.
Achincalhar autoridades e instituições
legalmente constituídas virou hobby para o petista. Ele desqualifica o
Ministério Público, a Polícia Federal, e até os magistrados do Supremo, que já
ouviram impropérios de sua língua afiada. Aos aliados do Congresso sugeriu na semana
passada que, caso as “vossas excelências” fossem acusadas de ladrões, deveriam
responder com um singelo: “vossa excelência é a puta que pariu”. Lula partiu
realmente ao escracho.
A
coletânea de seus despautérios só não é maior que o pendor a falsear a verdade.
Mesmo diante de evidências, dados e fatos que o desmentem de maneira
categórica. Lula caçoa da realidade. Usa a negação lunática como tática para
driblar o cerco de provas que se fecham contra ele e aposta no mantra de que
uma mentira repetida várias vezes acaba por se tornar verdade. No resumo da
cartilha petista a versão partidária vale mais que qualquer informação e ele,
como mentor da regra e hábil manipulador de multidões, percebeu que pode
conseguir por esse caminho alguma vantagem numa corrida eleitoral provavelmente
marcada pela hegemonia de “fake news”.
A
questão ainda sem resposta é: por que são tão poucas as vozes da Justiça que se
levantam contra as suas despudoradas agressões? Por incrível que pareça, Lula
não recebe sequer punição pelo comportamento, no mínimo, afrontoso. Ele estaria
realmente acima da lei? Qualquer um pode ser preso na esquina por desacato.
Lula não, apesar de estarem tipificadas no código penal razões de sobra para a
sua prisão até por risco à ordem pública.
Há
uma avalanche de insanidade no ar e a Constituição tem que imperar antes que a
anarquia tome conta em meio a discursos populistas dos que se imaginam
salvadores da Pátria. Não se pode desmoralizar o estado democrático de direito,
pilar da civilização. Do contrário, o flerte com a ditadura e com os desmandos
é imediato – tal qual se verificou na Venezuela, conduzida a mãos de ferro por
Nicolás Maduro.
Lá o simpatizante de Lula tenta instaurar
agora uma eleição sem partidos opositores. É isso que o Brasil deseja para o
seu futuro? Nas patranhas palanqueiras Lula parece vender isso. Ele simpatiza
com o “modus operandi” do líder venezuelano e não esconde de ninguém. Tem na
ponta dos dedos explicações para qualquer ato de transgressão do colega. O País
precisa estar atento. Não existe sociedade que funcione adequadamente fora dos
limites constitucionais. Lula tripudia de apurações legais. Recorre a toda
sorte de embargos e subterfúgios para evitar o juízo de seus desvios. Na semana
passada foi marcada finalmente a data do julgamento na 8ª Turma do TRF-4 para
um de seus processos. A primeira reação do bloco petista foi questionar a
celeridade. Almejam postergar ao máximo o confronto com a lei. Espernearam no
Congresso reclamando da decisão.
Vários
juristas comentaram, em tom de ironia, que nunca viram “reclamação por rapidez”
como ocorreu no caso. O ministro Gilmar Mendes pontuou que o julgamento de Lula
trará finalmente segurança jurídica ao País. Para quem, como Lula, classificou
a onda de corrupção como uma grande invencionice para minar sua candidatura,
ter de encarar os fatos deve ser mesmo insuportável.
(IstoE)
Sábado,
16 de dezembro, 2017 ás 11hs 30
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