Imbuído de
uma lucidez desejável ao cargo que ocupa, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, delimitou afinal o futuro político de Lula
em 2018. Valerá, obviamente, e a despeito da algazarra petista, o que está na
lei.
Ficha suja
não concorre, não se habilita a nenhum cargo público, muito menos ao de
mandatário do País.
Como
frisou o magistrado, qualquer candidato condenado em segunda instância já é
inelegível por si só, está fora do jogo democrático porque a situação jurídica não
lhe permite. Seria uma excrescência abominável a concessão extraordinária no
rumo contrário. Relativo ao tema, o Tribunal segue demonstrando ser inflexível
nos casos de postulantes que incidiram em hipóteses de inelegibilidade.
Em outras palavras: Lula vai estar fora da
eleição e, nesse sentido, com Fux concorda a esmagadora maioria de juízes,
membros da Corte e até do Supremo. Seria lógico e saudável para o bom andamento
do processo que essa celeuma tivesse logo fim.
E assim
pretende fazer o TSE. A estratégia está definida. No final deste mês o
colegiado emite parecer descartando a candidatura. Irão se seguir trâmites
procrastinatórios sem efeito prático.
Para Fux,
nem Lula, nem qualquer outro político, deveria forçar a situação se tornando
candidato sub judice.
O registro de chapa como manobra cujo único
intento é seguir dando as fichas na disputa para, mais adiante, realizar a
troca de nomes de última hora é tido como inconcebível dentro do TSE.
O PT
planeja fazer justamente isso. Não admite de público, nega existir segunda
opção, mas trabalha claramente com as alternativas do ex-prefeito paulista
Fernando Haddad e do ex-governador baiano Jacques Wagner que iriam surfar na
popularidade de Lula esperando conquistar na reta final uma vaga no segundo turno.
É por vezes estúpido e arriscado o golpe do
Partido dos Trabalhadores. Ele tende a criar confusão na cabeça do próprio
eleitorado fiel, enquanto tumultua o tabuleiro sucessório.
O próprio
Lula, da prisão, demonstrou nos últimos dias, através de áudios e fotos, a
intenção de controlar não só o PT como a campanha da esquerda. A troca de
informações intramuros do Partido e a articulação de alianças, mesmo nas
esferas estaduais, estão passando por ele.
Reuniões da sigla e as conclusões a que
chegaram os participantes são transmitidas diretamente ao capo preso na
Superintendência da PF em Curitiba.
Situação
surreal, mas que é tolerada dentro de regalias imaginadas de improviso para
aquele que se tornou o primeiro ex-presidente brasileiro preso devido à
corrupção e formação de quadrilha. Na prática, e assim determina a lei, Lula
não passa de mero criminoso e deve cumprir sua pena sem afronta à ordem. Não é
o que pretende o PT.
Nos últimos dias o Partido resolveu
arregimentar na ala mais radical do MST meia dúzia de gatos pingados para fazer
greve de fome como maneira de protesto pela prisão de Lula.
Foi montada até uma espécie de “última ceia”
no Centro Jesuíta em Brasília, onde estão alojados os “grevistas” (nenhum deles
do alto escalão de lideranças, naturalmente), na tática de uma imagem
marqueteira para gerar notícia e “likes” na rede.
É de dar pena. Deprimente mesmo ver uma
agremiação definhar em praça pública enquanto promove a anarquia sem freio.
Recentemente simpatizantes atacaram o STF jogando tinta vermelha em sua
fachada, como já havia ocorrido na casa da própria ministra titular Cármen
Lúcia.
A senadora que chefia a parolagem petista
Gleisi Hoffmann atingiu o estágio do delírio e considerou “surpreendente” que
mesmo os membros da esquerda já vejam Lula como fora da eleição.
Sua
preocupação vai mais fundo: embora a agremiação alegue contar com quase 2,2
milhões de filiados, conseguiu arrecadar até agora meros R$ 440 mil para a
campanha.
Sinal de que o desprestígio do lulopetismo
avança a mil por hora. (IstoÉ)
Sexta-feira,
3 de agosto, 2018 ás 19:00
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