Além de
intervir nos palanques, provocando rachas irremediáveis nos estados, Lula e seu
partido tentam fazer gato e sapato da Justiça Eleitoral ao insistir na
candidatura fake a presidente. É hora do basta a esse circo
O PT tem
um candidato a presidente, Lula, que na verdade não é candidato a presidente
porque está legalmente impedido de disputar as eleições. Possui um candidato a
vice, Fernando Haddad, que na verdade é o candidato a presidente, o poste do
poste, mas no momento está proibido de informar isso ao eleitorado com todas as
letras. E tem a aliada Manuela D’Ávila, aprovada na convenção do PCdoB como
candidata ao Planalto, mas que não irá concorrer a presidente e sim a vice na
chapa do PT. Se essa barafunda da chamada “chapa tríplex” não fosse suficiente,
o partido de Lula fez ainda um acordo com o PSB no sentido de manter a legenda
neutra na disputa, como forma de impedir que o partido apoiasse Ciro Gomes, do
PDT, desidratando sua candidatura. Ficou, assim, ainda mais evidente a
disposição dos petistas para a cizânia, para embolar a disputa e confundir a
cabeça do eleitor. Uma confusão que afeta até mesmo o PT, porque prejudicaram
diversos acertos que vinham sendo costurados regionalmente. O desarranjo foi
tamanho que acabou gerando diversos focos de rebelião em pelo menos seis
estados.
Mas o pior
é o que o PT tenta impingir às leis vigentes do País. No circo montado pelo
partido, Lula faz gato e sapato da Justiça. Primeiro, mesmo preso, exigiu
participar dos debates. Depois, ingressou com um pedido para que o vice, que
não será vice, mas que o PT anuncia como vice, comparecesse à refrega com os
presidenciáveis. Ou seja, quer o bônus, mas não o ônus do estratagema. Na
última semana, teve o despautério de solicitar a retirada de uma ação no STF
pedindo a liberdade de Lula sob o pretenso argumento de que “nunca se pretendeu
discutir a elegibilidade e a candidatura” no tribunal – sendo que uma das
alegações principais do pedido de soltura do petista encarcerado em Curitiba
sempre foi o risco de Lula não ser candidato à Presidência. Um verdadeiro circo
de horrores.
Enquanto o
PT zomba da Justiça, os partidos aliados tentam juntar os cacos da intervenção
nos estados. Em Pernambuco era dada como certa a candidatura de Marília Arraes
ao governo do Estado pelo PT. A vereadora de Recife e neta do ex-governador do
estado Miguel Arraes vinha construindo um amplo arco de alianças em volta de
seu nome, com apoio do PROS, Avante, Rede e Psol. Teoricamente, tinha grandes
chances de vencer o governador Paulo Câmara, do PSB, na sua tentativa de
reeleição. No acerto para obter a neutralidade do PSB, Lula mandou o partido
retirar a candidatura de Marília, que agora disputará uma vaga como deputada
federal. Mas, pela truculência da decisão tomada de cima para baixo, não há certeza
de que o PT trabalhará em Pernambuco a favor de Paulo Câmara ou que ele
conquistará os votos que iriam para Marília. Já no domingo 5, um dia depois da
convenção nacional do PT, a seção do partido em Pernambuco divulgou uma nota
criticando a decisão nacional que rifou a candidatura da neta de Arraes.
As
decisões tomadas por Lula na cadeia não geraram focos de rebelião apenas no PT
pernambucano. Em Minas Gerais, a vítima foi o ex-prefeito de Belo Horizonte
Márcio Lacerda, do PSB, que teve rifada sua candidatura ao governo. O PSB
mineiro foi obrigado a deixar a disputa para apoiar a reeleição do governador
do PT, Fernando Pimentel. Nesse caso, era a recíproca ao sacrifício do PT
pernambucano em ter que engolir o apoio a Paulo Câmara. A rebelião provocada
por Márcio Lacerda foi ainda maior do que a ensaiada por Marília Arraes. Ele
não apenas criticou o acordo nacional de seu partido com o PT, como declarou
que vai tentar manter sua candidatura na Justiça Eleitoral. Na convenção do PSB
mineiro no sábado 4, houve empurra-empurra e bate boca entre correligionários.
No
Amazonas, Amapá e Paraíba, foi o PT que abriu mão de lançar candidaturas
próprias para ajudar o PSB. Não sem gerar mais problemas. Há casos em que o PT
estadual simplesmente ignorou as posições nacionais. No Ceará, o PT local
oficializou a candidatura à reeleição do governador Camilo Santana, com o apoio
do PDT, o partido de Ciro Gomes, cuja candidatura Lula tenta desidratar. Em
tese, um duplo palanque. Na prática, palanque nenhum para os candidatos a
presidente. O candidato do PT – ou os candidatos fakes do PT na chapa tripla
inventada – não subirão no Ceará no mesmo palanque de Ciro. E vice-versa. Como
se nota, na algazarra nacional provocada por Lula, o PT acabou criando uma
série de outras confusões regionais. E deixou a esquerda como barata tonta no
processo eleitoral. (IstoÉ)
Sexta-feira,
10 de agosto, 2018 ás 11:00
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