Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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18 agosto, 2018

Discussão entre Bolsonaro e Marina quebrou a sonolência do debate da Rede TV


Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) se enfrentaram no debate da RedeTV!, na sexta-feira (17/8), ao discutirem diferença salarial entre homens e mulheres no país. Com isso, quebraram a sonolência que marcou o programa.

A candidata contestou o adversário sobre afirmação dele de que a diferença salarial entre homens e mulheres não é uma questão por já ser vetada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Foi o momento mais tenso do encontro, que reuniu oito candidatos, e da campanha até agora. O PT foi à Justiça reivindicar o direito de Lula participar, mas o pleito foi negado. O ex-presidente está preso em Curitiba e com a candidatura sob análise.

“Não é uma questão de que não precisa se preocupar. Tem que se preocupar sim”, disse Marina a Bolsonaro.

O deputado havia dito que “é mentira” que defendeu que mulher deve ganhar menos que homem. “Na CLT já está garantido à mulher ganhar igual ao homem. Não temos que nos preocupar com isso”, falou.
Bolsonaro, no entanto, já afirmou que “não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário”.
Marina afirmou no debate que a realidade comprova que ainda há diferença remuneratória, apesar de ambos terem as mesmas capacidades, e que é função do presidente da República lutar contra o problema.

O formato do debate exigia que os candidatos andassem até o centro do palco e fizessem questões um ao outro.

Diante de Bolsonaro, Marina criticou o rival por “pegar a mãozinha de uma criança e ensinar como é que faz para atirar”. “É esse o ensinamento que você quer dar? Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência”, disse ela, sob aplausos da plateia.

Sem tempo para resposta, o deputado encerrou a discussão com uma menção à Bíblia: “Leia o livro de Paulo”.

O embate entre os dois começou com pergunta do deputado sobre a opinião da adversária a respeito de porte de arma. A ex-senadora se disse contrária à proposta.

Foi o primeiro debate televisivo após o registro da candidatura de Lula. Ausente, o ex-presidente foi criticado por outros postulantes. O petista sofreu ataques por insistir em ser candidato e foi relacionado a escândalos de corrupção nos governos do PT.

A RedeTV! Decidiu, na última hora, retirar o púlpito vazio que seria identificado com o nome do ex-presidente. A emissora disse que a medida foi tomada por decisão da maioria dos candidatos.

Só Guilherme Boulos (PSOL) foi contra a retirada.
Também participaram os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos) e Cabo Daciolo (Patriota).
“Aqui não tem púlpito para bandido”, disse Bolsonaro na entrada no estúdio, aludindo à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de negar mandado de segurança apresentado pelos advogados do ex-presidente.

Durante o debate, Álvaro Dias chamou a candidatura de Lula de encenação.
“É uma afronta ao país, um desrespeito à Justiça, uma violência ao Estado de Direito. A democracia exige respeito à lei e todos somos iguais perante a lei”, afirmou ele.
O partido de Lula chegou a pedir ao TSE autorização para que ele fosse ao debate, mas o pleito foi rejeitado.
Diante de pergunta sobre o espaço vazio que seria reservado ao PT, Marina aproveitou para alfinetar a sigla de Alckmin, falando que “esse púlpito está preenchido pelos mesmos que estavam no palanque anterior, no palanque do candidato do PSDB”.

Bolsonaro se dirigiu a Meirelles para associá-lo ao PT. O capitão reformado lembrou que o adversário foi presidente do Banco Central nos dois mandatos de Lula.

Questionado sobre a dívida pública, o deputado, com longas pausas, respondeu que, segundo seus economistas, será difícil lidar com o tema. Na sequência, defendeu a redução do peso do Estado.

Boulos também atacou Meirelles após o candidato do MDB dizer que a equipe econômica da qual ele fez parte, no governo Temer (MDB), foi chamada de “time dos sonhos” pela imprensa.

“Esse time dos sonhos do qual você fala virou time dos pesadelos para muitos brasileiros”, rebateu o psolista. Meirelles foi ministro da Fazenda de Michel Temer.

Alckmin e Ciro adotaram uma dobradinha, escolhendo fazer perguntas um ao outro pelo menos três vezes, sobre temas econômicos sobretudo.

Cabo Daciolo (Patriota), um dos mais comentados em redes sociais no debate anterior, na Band, circulou com uma Bíblia a tiracolo e repetiu as menções a Deus. (DP)

Sábado 18 de agosto, 2018 ás 11:00

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