Lillian
Witte Fibe entrevista dois economistas para analisar os programas de governo
dos candidatos à presidência frente às necessidades brasileiras
Com o
maior número de candidatos à presidência desde 1989, os treze nomes que
concorrerão ao Palácio do Planalto em outubro deste ano já foram definidos por
seus partidos. Mas seus programas de governo ainda não. A situação preocupa os
economistas Clemens de Azevedo Nunes, professor da FGV EESP, e Otto Nogami,
professor de economia do Insper, que foram ouvidos pela colunista de VEJA
Lillian Witte Fibe no ‘Estúdio VEJA’.
“Há uma
falta de detalhamento, de preocupação dos candidatos em relação ao risco fiscal
e político. A situação do país requer uma ação urgente e coordenada”, afirmou
Nunes. “Sem a reforma fiscal nenhuma dessas ações de governo relacionadas ao
bem estar poderão ser executadas”, disse Nogami. “Que vai ter de vir um remédio
mais amargo, isso é inevitável”, ressaltou o professor do Insper.
Os
especialistas também defenderam que o novo presidente deve propor as medidas
mais drásticas — e impopulares — logo no início do mandato. Segundo Nunes, as
soluções, geralmente, são postergadas e suavizadas até que se chegue a uma situação
de “precisamos fazer alguma coisa, se não vai explodir”. Já Nogami propõe que é
melhor o chefe do Executivo deixar a população ciente do que é preciso ser
feito, para só depois “dosar” o que for necessário. “Uma política de choque é
importante. Depois, com o passar do tempo, vai se fazendo o ajuste fino”,
defende ele.
Questionados
por Lillian se é possível realizar essas mudanças mesmo que o novo presidente
não tenha apoio no Congresso e/ou na sociedade, Nunes ressalta que nem sempre
legitimidade e popularidade importam para aprovar medidas amargas aos políticos
e à população. “O Brasil tem uma característica importante nesse
presidencialismo de coalizão que é que, mesmo presidentes não tão populares,
conseguem viabilizar medidas, por meio de um bom relacionamento com o Congresso,
que, aparentemente, são muito difíceis de serem implementadas”, disse. “Um
exemplo disso é o governo Temer com a reforma trabalhista e teto de gastos”,
afirmou Nunes. (VEJA)
Domingo,
12 de agosto, 2018 ás 00:05
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