O
Ministério Público de São Paulo moveu na segunda-feira (27/8), uma ação civil
contra o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente na chapa do PT,
Fernando Haddad, sob acusação de improbidade administrativa.
O
promotor de Justiça do Wilson Ricardo Coelho Tafner pede a condenação do
petista por enriquecimento ilícito. Ele sustenta que Haddad “tinha pleno
domínio” sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de R$ 2,6
milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2 (suposto crime
já denunciado pelo Ministério Público Eleitoral – a Justiça aceitou a denúncia
no início de junho).
Na
ação, o promotor Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Público, requer,
ainda, o bloqueio de bens no valor de R $ 15,1 milhões, o ressarcimento do dano
causado, multa civil e a suspensão dos direitos políticos de Haddad.
De
acordo com apuração feita pela Polícia Federal durante a Operação Cifra Oculta,
nos primeiros meses de 2013 — quando Haddad já havia assumido o mandato —, o
então tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu ao executivo da UTC, Ricardo
Ribeiro Pessoa, dinheiro para pagar dívidas de campanha do petista.
O
ex-deputado estadual petista e empresário de gráficas Francisco Carlos de
Souza, conhecido como “Chicão”, seria o destinatário R$ 2,6 milhões em propina
da Petrobras.
Tafner
afirma que Haddad já no exercício do mandato “tinha pleno domínio daquela
solicitação espúria e dos interesses da UTC/Constran nas grandes obras públicas
da Prefeitura de São Paulo”.
A
assessoria de Haddad diz que tem demonstrado com documentos que todo o material
gráfico produzido em sua campanha foi declarado e que não havia razão para
receber qualquer recurso não declarado da UTC.
Sobre
a suspeita de favorecimento da empreiteira, a assessoria diz que a UTC teve
interesses confrontados logo nos primeiros dias da gestão Haddad,
“principalmente com a suspensão da construção do túnel da avenida Roberto
Marinho, cuja obra mostrava indícios claros de sobrepreço”.
Além
de Haddad, o ex-secretário de saúde da cidade de São Paulo, José de Filippi
Júnior, também é alvo da ação, acusado de receber “mensalinho” para servir como
interlocutor da empreiteira com o prefeito. A ação pede a condenação de outros
cinco acusados. (DP)
Terça-feira,
28 de agosto, 2018 ás 15:00
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