Nos
26 estados brasileiros e no DF, há 22 governadores em condições de disputar a
reeleição em outubro. Desse total, 18 já lançaram suas candidaturas, três ainda
não decidiram seu futuro político e apenas um, Eduardo Pinho Moreira (MDB), de
Santa Catarina, não se submeterá às urnas pela segunda vez consecutiva. A
verdade, porém, é que dez desses governadores, mais da metade, enfrentará
dificuldades assim que a campanha começar. Decorrem de pendências com a
Justiça: são investigados, denunciados ou réus por crimes de corrupção ou atos
de improbidade administrativa. Em tempos de Lava Jato, o passado dos
governadores certamente será um calcanhar-de-aquiles. O caso mais grave é o do
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), alvo da operação Acrônimo,
que apura irregularidades cometidas pelo petista enquanto ministro do
Desenvolvimento. Em dezembro, Pimentel se tornou réu no STJ. O petista é
acusado de ter recebido R$ 15 milhões para favorecer a Odebrecht na obtenção de
financiamentos junto ao BNDES.
A
Lava Jato também atinge o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). Ele passou
a ser investigado no Supremo, depois de citado nas delações da Odebrecht. Os
executivos relataram repasses de pelo menos R$ 800 mil, via caixa dois, para a
campanha do governador em 2014. Há também governadores que são alvos de ações
civis por atos de improbidade administrativa. É o caso de Waldez Goés (PDT), do
Amapá, que responde em três ações movidas pelo Ministério Público. Em um dos
casos, é acusado de não ter prestado conta de pelo menos R$ 1,3 milhão
repassados pela União para aplicação no “programa nacional de HIV/AIDS e outras
DSTs”. Wellington Dias (PT), governador do Piauí,vai na mesma toada. Ele foi
acusado de ter transferido, para a conta única do Tesouro parte de um
empréstimo feito junto à Caixa para obras de mobilidade urbana. Na conta única,
o dinheiro se misturou com outros recursos do estado e foi usado para pagar
despesas que não constavam no contrato. Não por acaso é possível que, nas
eleições deste ano, o índice de reeleição de governadores seja o menor desde
1998. “Dos 23 governadores que podem disputar um novo mandato, apenas seis são
considerados favoritos”, contabiliza a Arko Advice. Seriam reconduzidos aos
cargos apenas 26% dos atuais chefes do Executivo estaduais. Nunca uma derrota
se anunciou tão acachapante.
(IstoÉ)
Sábado,
14 de julho, 2018 ás 00:32
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