Quem
acredita que os interesses do povo prevalecem numa Democracia como a do Brasil,
pode ir tirando o cavalinho da chuva. Segundo o G1, "os cinco partidos que
mais receberão recursos do fundo eleitoral neste ano informam que, na
distribuição do dinheiro, pretendem priorizar os candidatos atualmente com
mandato, o que, na avaliação de especialistas, mais uma vez dificultará a
renovação no Congresso Nacional".
Na
prática, o que se vê é a manutenção no poder de nomes que se perpetuam nas
casas legislativas, nos cargos executivos e asseguram a dobradinha da troca de
interesses e privilégios com os membros que ocupam cargos vitalícios no
Judiciário em todo o país.
Os
partidos são a chave para a manutenção do estado de coisas que vem se
desenhando no país ao longo das últimas décadas, onde a maior parte do dinheiro
do contribuinte é consumida por uma elite de servidores e políticos com seus
altos salários e privilégios inomináveis.
O
cidadão comum não tem qualquer chance de se inserir nos centros de tomadas de decisões
do país sem passar pelo filtro dos partidos. No Rio de Janeiro, os maiores
partidos ofereceram o ex-jogador Romário, que aparece na liderança das
pesquisas, Eduardo Paes e Anthony Garotinho. Estas são as principais opções dos
eleitores do Estado na escolha do próximo governante.
Desta
forma, os mesmos nomes vão se reelegendo por um número incontável de vezes nas
Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados em
Brasília, no Senado, nas prefeituras e governos de Estados. São políticos
familiarizados com os interesses corporativos que têm primazia sobre o dinheiro
do contribuinte, como as categorias organizadas de servidores, os membros do
Judiciário, dos Tribunais de Conta, dos Ministérios Públicos estaduais e
Federais, enfim.
Apenas
no nível federal, os 2,2 milhões de funcionários públicos (inclusive os
inativos) custaram R$ 257,8 bilhões aos cofres públicos. Isso significa que 1%
da população brasileira abocanhou 20,7% de tudo que a União arrecadou do
contribuinte naquele ano. Salários, férias, privilégios e penduricalhos
totalmente incompatíveis com a realidade do setor privado. Numa Democracia,
todos deve ter direitos iguais. Mas isto definitivamente não ocorre no Brasil,
onde a elite do serviço público chega a receber até 7 vezes mais que um
trabalhador da iniciativa privada, além dos benefícios, penduricalhos que podem
dobrar seus rendimentos, e a garantia de estabilidade no emprego.
Com
seus altos salários, privilégios e vantagens como o auxílio-educação para
filhos até 24 anos em valores que podem superar os R$ 6 mil mensais, os
servidores conseguem preparar seus filhos nos melhores concursos para que
também ingressem no serviço público.
Desta
forma, gerações de políticos e de servidores se sucedem no poder do país e
aprovam leis, no Judiciário e Legislativo, que os beneficiam mutuamente e se
acumulam há décadas, em detrimento dos interesses e oportunidades dispensadas
ao cidadão comum. O filtro para a elite que comanda o país se dá através dos
partidos, onde o dono da legenda tem o poder de decidir quais candidatos vão
concorrer por seu partido e quais vão receber mais dinheiro do fundo
partidário.
Como
se não bastasse a regra implícita que assegura a perpetuação no poder de
determinada classe política, há ainda as alianças partidárias, onde são comuns
os combinados sobre quem deve disputar qual vaga nas alianças entre os
partidos. Na dança das cadeiras, ocorre até mesmo a venda de vagas em disputas
de cargos de governadores, prefeitos, deputados federais, senadores e até mesmo
entre vereadores. Um nome bem aprovado pelo eleitorado pode fazer um ótimo
negócio 'abdicando' de sua candidatura em favor de outro nome. Permutas como
estas podem garantir a independência financeira de alguns para o resto da vida.
Desistir da disputa por uma vaga Senado ou em governo de Estado por uma vaga
como deputado pode significar a troca de milhões de um bolso para outro.
Enquanto isso, os políticos continuam voltando um cidadão contra o outro.
Dividindo, fica mais fácil conquistar.
Já
no caso do serviço público, a porta de entrada são os concursos que preparam e
conscientizam o cidadão de que ele está disputando carreira vitalícia, com
salários gritantemente incompatíveis com o rendimento da maior parte da
população e uma vida de privilégios. Munido desta cultura, alguns servidores
dedicam suas vidas a conseguir mais privilégios e aumentos salariais para suas
categorias.
Pode
faltar verba para a Saúde, Segurança e Educação, mas a verba para bancar os
altos salários e privilégios dos políticos e das elites do serviço público são
garantidos por Lei. Ninguém tasca. Esta é a Democracia do Brasil.
(Com
imprensa viva online)
Quarta-feira,
18 de julho, 2018 ás 00:05
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