Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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19 julho, 2018

Privilégios vergonhosos


Quem acredita que os interesses do povo prevalecem numa Democracia como a do Brasil, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Segundo o G1, "os cinco partidos que mais receberão recursos do fundo eleitoral neste ano informam que, na distribuição do dinheiro, pretendem priorizar os candidatos atualmente com mandato, o que, na avaliação de especialistas, mais uma vez dificultará a renovação no Congresso Nacional".

Na prática, o que se vê é a manutenção no poder de nomes que se perpetuam nas casas legislativas, nos cargos executivos e asseguram a dobradinha da troca de interesses e privilégios com os membros que ocupam cargos vitalícios no Judiciário em todo o país.

Os partidos são a chave para a manutenção do estado de coisas que vem se desenhando no país ao longo das últimas décadas, onde a maior parte do dinheiro do contribuinte é consumida por uma elite de servidores e políticos com seus altos salários e privilégios inomináveis.

O cidadão comum não tem qualquer chance de se inserir nos centros de tomadas de decisões do país sem passar pelo filtro dos partidos. No Rio de Janeiro, os maiores partidos ofereceram o ex-jogador Romário, que aparece na liderança das pesquisas, Eduardo Paes e Anthony Garotinho. Estas são as principais opções dos eleitores do Estado na escolha do próximo governante.

Desta forma, os mesmos nomes vão se reelegendo por um número incontável de vezes nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados em Brasília, no Senado, nas prefeituras e governos de Estados. São políticos familiarizados com os interesses corporativos que têm primazia sobre o dinheiro do contribuinte, como as categorias organizadas de servidores, os membros do Judiciário, dos Tribunais de Conta, dos Ministérios Públicos estaduais e Federais, enfim.

Apenas no nível federal, os 2,2 milhões de funcionários públicos (inclusive os inativos) custaram R$ 257,8 bilhões aos cofres públicos. Isso significa que 1% da população brasileira abocanhou 20,7% de tudo que a União arrecadou do contribuinte naquele ano. Salários, férias, privilégios e penduricalhos totalmente incompatíveis com a realidade do setor privado. Numa Democracia, todos deve ter direitos iguais. Mas isto definitivamente não ocorre no Brasil, onde a elite do serviço público chega a receber até 7 vezes mais que um trabalhador da iniciativa privada, além dos benefícios, penduricalhos que podem dobrar seus rendimentos, e a garantia de estabilidade no emprego.

Com seus altos salários, privilégios e vantagens como o auxílio-educação para filhos até 24 anos em valores que podem superar os R$ 6 mil mensais, os servidores conseguem preparar seus filhos nos melhores concursos para que também ingressem no serviço público.

Desta forma, gerações de políticos e de servidores se sucedem no poder do país e aprovam leis, no Judiciário e Legislativo, que os beneficiam mutuamente e se acumulam há décadas, em detrimento dos interesses e oportunidades dispensadas ao cidadão comum. O filtro para a elite que comanda o país se dá através dos partidos, onde o dono da legenda tem o poder de decidir quais candidatos vão concorrer por seu partido e quais vão receber mais dinheiro do fundo partidário.

Como se não bastasse a regra implícita que assegura a perpetuação no poder de determinada classe política, há ainda as alianças partidárias, onde são comuns os combinados sobre quem deve disputar qual vaga nas alianças entre os partidos. Na dança das cadeiras, ocorre até mesmo a venda de vagas em disputas de cargos de governadores, prefeitos, deputados federais, senadores e até mesmo entre vereadores. Um nome bem aprovado pelo eleitorado pode fazer um ótimo negócio 'abdicando' de sua candidatura em favor de outro nome. Permutas como estas podem garantir a independência financeira de alguns para o resto da vida. Desistir da disputa por uma vaga Senado ou em governo de Estado por uma vaga como deputado pode significar a troca de milhões de um bolso para outro. Enquanto isso, os políticos continuam voltando um cidadão contra o outro. Dividindo, fica mais fácil conquistar.

Já no caso do serviço público, a porta de entrada são os concursos que preparam e conscientizam o cidadão de que ele está disputando carreira vitalícia, com salários gritantemente incompatíveis com o rendimento da maior parte da população e uma vida de privilégios. Munido desta cultura, alguns servidores dedicam suas vidas a conseguir mais privilégios e aumentos salariais para suas categorias.

Pode faltar verba para a Saúde, Segurança e Educação, mas a verba para bancar os altos salários e privilégios dos políticos e das elites do serviço público são garantidos por Lei. Ninguém tasca. Esta é a Democracia do Brasil.

(Com imprensa viva online)

Quarta-feira, 18 de julho, 2018 ás 00:05


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