O programa
de governo do PT vai propor a revogação da reforma trabalhista sancionada por
Michel Temer ao mesmo tempo em que sugere criar um Estatuto do Trabalho, para
“modernizar as relações trabalhistas” e “fortalecer as negociações”.
A versão
mais recente do documento, à qual a reportagem teve acesso, fala em revogar as
mudanças aprovadas no ano passado, mas recicla alguns termos que foram usados
para defender a reforma aprovada por Temer.
“O
Estatuto será orientado por um sistema de relações de trabalho que fortalece as
negociações e por políticas de proteção trabalhistas universais”, afirma o
texto, que ainda pode sofrer alterações.
O
documento defende “modernizar as relações trabalhistas”, mesmo verbo usado por
Temer na cerimônia de sanção da nova lei do trabalho: “é o que estamos fazendo
aqui, modernizando a legislação trabalhista”, disse o presidente, em julho do
ano passado.
A menção à
necessidade de um “sistema de relações de trabalho que fortaleça as
negociações”, como consta do programa do PT, também se aproxima da principal
fala dos defensores da reforma trabalhista. Eles destacam que a nova legislação
permite que o negociado prevaleça sobre o legislado.
Um dos
grandes entusiastas da reforma trabalhista, o ministro do TST (Tribunal
Superior do Trabalho) Ives Gandra Martins Filho definiu que a “espinhal dorsal”
da nova lei foi “o prestígio à negociação coletiva”.
O documento,
que será divulgado oficialmente nos próximos dias, diz que o Estatuto do
Trabalho tem o objetivo de “criar empregos e ocupações para atender aos
desafios do trabalho no futuro”.
“Essa
construção será pactuada em um sistema de relações de trabalho reestruturado
pela valorização da negociação que promove solução ágil de conflitos, conduzido
por organizações sindicais representativas”, diz o texto.
Chancelado
pelo ex-presidente Lula, tratado no documento como o candidato do PT ao
Planalto, e coordenado pelo ex-prefeito Fernando Haddad, cotado como plano B
caso Lula seja impedido de concorrer, o programa diz que o novo estatuto criará
proteção e segurança jurídica para “um mundo de trabalho dinâmico”, em uma
economia de “ocupações predominantemente de serviços, emprego flexível e
trabalho imaterial”.
Além
disso, o plano prevê a manutenção da política de valorização do salário mínimo
e o fortalecimento das políticas e instituições voltadas para trabalhar com
micro e pequenas empresas.
Já o
tópico dedicado à Previdência é bastante enxuto, com apenas dois parágrafos na
versão mais recente do texto, sem menções ao envelhecimento da população.
O texto
ainda crítica “reformas neoliberais da previdência” e diz que o equilíbrio das
contas previdenciárias se dará “a partir da retomada da criação de empregos, da
formalização e do combate à sonegação”.
Por fim, o
plano fala em combater privilégios de “castas politicamente poderosas” e propõe
a convergência dos regimes de servidores da União, Estados e municípios com o
regime geral. (DP)
Sábado,
28 de julho, 2018 ás 00:05
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