A
Polícia Federal no Paraná investiga ameaças ao juiz federal Sergio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, feitas
após ele não acatar a ordem de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva determinada pelo desembargador Rogério Favreto, plantonista do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4), no domingo, 8. Uma série de publicações no Twitter
hostilizam e buscam intimidar o magistrado. As investigações da PF correm em
sigilo, em procedimento já aberto anteriormente.
O
juiz federal Marcelo Bretas, à frente da Lava Jato no Rio de Janeiro, reuniu
oito dessas ameaças e publicou em sua conta na rede social. Todas as postagens
publicadas no domingo, quando Favreto determinou a soltura de Lula e teve a
decisão derrubada pelo presidente do TRF4. O desembargador foi filiado ao PT
por 19 anos e ocupou cargos nos governos petistas.
Todos
os perfis compilados por Bretas falam sobre “matar o Moro”. “Não é possível q o
PT não tenha um assassino de aluguel pra matar o Sérgio Moro”, afirma um deles.
“Alguém precisa matar o Sérgio Moro”, diz outro.
“O
que dizer sobre essas mensagens abaixo? A Justiça Brasileira não pode ser usada
como instrumento de disputas políticas. Ao contrário, deve ser
incondicionalmente respeitada”, tuitou Marcelo Bretas.
Não
é a primeira vez que Sergio Moro sofre ameaças. Desde 2016 ele é acompanhado em
seus deslocamentos por uma escolta armada, formada por agentes de segurança
judiciária da Justiça Federal do Paraná e da PF. Naquele ano, a PF investigou
ameaças semelhantes feitas na internet, que pregavam atos de violência contra o
juiz. Desde então, ele passou a se locomover em carro blindado.
Há
dez anos, quando condenou o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar, o magistrado também viveu sob proteção de agentes
federais e policiais civis.
Nesta
terça-feira, 10, os juízes federais, por meio de sua principal entidade, a
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), defenderam a “independência
judicial”. O texto não cita nominalmente Lula, mas se refere inteiramente ao imbróglio
do último domingo.
A
Ajufe afirma que a atuação da Justiça Federal em processos criminais que
envolvem agentes públicos ou políticos acusados de corrupção “é isenta e
imparcial, não havendo razão para se estranhar decisões que condenem e prendam pessoas
consideradas culpadas, independentemente do poder ou condição econômica e
social”. (VEJA)
Terça-feira,
10 de julho, 2018 ás 20:16
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