A
condenação em definitivo do ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de
dinheiro, no âmbito da segunda instância, nesta segunda-feira (26/3), levará o
petista a ser considerado ficha-suja pela Justiça Eleitoral, impedindo que ele
se candidate novamente à Presidência da República.
A
decisão unânime da Oitava Turma encerra a fase de recursos suspensivos na ação
penal relativa ao caso do triplex do Guarujá (SP) e libera o juiz federal
Sérgio Moro para a execução da pena – que agora depende da análise do HC pelo
Supremo. Lula foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
Na
avaliação de advogados e juristas, somente a Justiça Eleitoral terá competência
para tornar o ex-presidente inelegível, a partir do momento em que ele
registrar sua candidatura – o prazo para esse registro expira em 15 de agosto.
Depois disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá até 17 de setembro para
analisar o caso, a três semanas da eleição.
“A
lei fala que o candidato pode seguir até o trânsito em julgado”, afirma o
advogado Alberto Rollo, professor de Direito Eleitoral na Universidade
Presbiteriana Mackenzie. “O TSE, que analisa ordinariamente as candidaturas de
presidente, não poderá analisar ou modificar o mérito da ação criminal”,
observou Karina Kufa, coordenadora do curso de Direito Eleitoral da Faculdade
do IDP-São Paulo. “Lula poderá, no entanto, a partir do momento do pedido de
registro, efetuar todos os atos de campanha. Além disso, ele terá a
possibilidade de pedir substituição até 20 dias da eleição caso não consiga o
deferimento.”
A
decisão já repercutiu entre os políticos e presidenciáveis. “Pela legislação
brasileira, ele (Lula) está inelegível. Agora, se vai continuar recorrendo, se
vai fazer o registro independente da lei e em posições divergentes a isso, aí é
um problema dele. É um direito dele”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), também pré-candidato ao Planalto.
“Lula
não pode ser candidato e essa decisão de segunda-feira (26/3) somente corrobora
esse entendimento”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
Terça-feira,
27 de março, 2018 ás 8:00
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