Aloysio
Nunes, Ministro das Relações Exteriores, após passar dois dias em território
palestino, foi à Israel neste sábado, de onde partirá para o restante de sua
tour pelo Oriente Médio, visitando Jordânia a Líbano.
Segundo
anunciou a mídia palestina, a visita do chanceler serviu para aproximar o
governo brasileiro com a Autoridade Palestina (AP). Durante as reuniões de que
participou em Ramala, a capital palestina, Nunes encontrou-se com Pierre
Krahenbuhl, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados da Palestina (UNWRA, na sigla original).
Recentemente,
o presidente americano Donald Trump anunciou que reduzirá de US$ 130 milhões
para US$ 60 milhões os repasses aos palestinos. O motivo alegado é a falta de
transparência no uso das verbas internacionais por parte da AP. Além de
denúncias de corrupção, o governo de Abbas persiste em manter ativo um programa
que recompensa financeiramente as famílias de terroristas mortos ou presos após
ataques a Israel.
O
anúncio do corte fez com que a UNWRA passasse a pedir ajuda a diversos países,
tendo recebido um reforço nas doações vindas da União Europeia. Segundo Krahenbuhl, haverá um “colapso” na
agência, que pode agravar a tensão na região, uma vez que os palestinos ameaçam
iniciar novos confrontos caso seja confirmada a mudança da embaixada dos EUA de
Tel Aviv para Jerusalém, possivelmente em 14 de maio.
O
Brasil já se manifestou contrário à decisão de Trump e continua apoiando a
chamada “solução de dois estados”, seguindo as linhas de 1967, o que significa
dividir Jerusalém em duas partes, entregando a porção oriental para os
palestinos.
Consoante
reportagem da Folha de São Paulo, Aloysio não prometeu a Krahenbuhl que o
Brasil contribuirá para “cobrir o buraco deixado pelo corte americano, pela
simples fato de que o Brasil não dispõe de recursos para
tanto”.
Todavia,
o chanceler brasileiro discutiu na quinta-feira (1/03) com o presidente
palestino Mahmoud Abbas, o ministro palestino das Relações Exteriores Riyad
Maliki, e o primeiro-ministro Rami Hamdallah, projetos de cooperação
entre
os dois países, que já teriam sido expostos durante recentes visitas dos
ministros da Saúde e da Educação.
Entre
esses projetos estaria a construção de um hospital para cirurgias cardíacas que
funcionaria com um braço na Cisjordânia e outro na faixa de Gaza. A informação
foi comemorada pelos palestinos, conforme noticiou o jornal Al Mostsr.
Esse
não é o primeiro investimento do tipo. Em março de 2016, no governo de Dilma
Rousseff, apesar de cortar gastos consideráveis com a saúde, foi inaugurado um
Centro de Saúde em território palestino totalmente financiado com dinheiro do
povo brasileiro.
Segundo
nota do Itamaraty na época, a construção fazia “parte de uma série de
iniciativas que vem sendo desenvolvidas nas áreas de saúde, agricultura e
educação, resultado do anúncio de uma doação brasileira de USD 10 milhões,
durante a Conferência de Paris de 2007, para projetos de cooperação humanitária
para a reconstrução de Gaza”.
(CONEXÃO
POLÍTICA)
Quarta-feira,
07 de março, 2018 ás 15hs00
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