Bancos
vão oferecer uma porta de saída ao cheque especial para clientes que usarem 15%
do limite da conta por 30 dias e a adesão a essa nova operação mais barata não
será obrigatória, como acontece com quem usa o rotativo do cartão de crédito. O
modelo desenhado para reduzir o juro cobrado no cheque especial foi apresentado
pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ao Banco Central e deve ser
anunciado ainda em março para vigorar no segundo semestre, talvez em julho.
Duas
fontes que acompanham as discussões disseram ao que o modelo de autorregulação
do cheque especial está praticamente pronto e já conta com o aval do Banco
Central para a maioria dos pontos. Proposta pelos bancos, mas sob supervisão do
BC, a nova regra tem como objetivo reduzir o custo do crédito cuja taxa média
ficou em 324,7% ao ano em janeiro, pouco abaixo do rotativo do cartão que
cobrou 327,9%.
A
principal característica do novo modelo é que a adesão ao crédito mais barato
não será obrigatória. Quando o correntista usar ao menos 15% do limite da conta
por 30 dias, o banco vai propor linhas de crédito alternativas com juros
menores. A oferta, segundo as fontes, será feita de “forma enfática”.
Clientes
que não aderirem à operação de crédito proposta não sofrerão nenhum tipo de
punição e o uso do limite da conta seguirá normalmente, segundo as fontes. A
adesão não obrigatória é diferente do adotada no cartão de crédito, onde o
cliente que usar o rotativo por mais de 30 dias deve obrigatoriamente pagar a
conta ou aderir a uma nova operação mais barata. Se não fizer nada no cartão,
entra na lista de inadimplentes.
Durante
as negociações sobre o novo modelo, bancos e o próprio BC chegaram ao
entendimento de que o modelo ideal não deveria ser o de adesão obrigatória
porque a solução aplicada ao rotativo sofreu críticas e questionamentos legais
de entidades de defesa do consumidor e até do Ministério Público.
Regras.
A Febraban pretende anunciar o novo modelo ainda este mês e o calendário
proposto prevê início de funcionamento das regras em julho. Há, porém, alguns
pontos a serem desenvolvidos pelos bancos. O principal deles é um sistema que
permita às instituições financeiras comprovar ao BC que foi feita oferta de
crédito mais barato ao cliente que estiver pendurado no especial.
Bancos
estão desenvolvendo plataformas para conseguir comprovar a oferta ao BC. Se
esse trabalho para criação dos sistemas atrasar, o início das novas regras
poderia ser postergado em algumas semanas, talvez para agosto ou setembro.
Algumas
instituições também estão preocupadas com os chamados clientes “não digitais”.
Correntistas com relacionamento tradicional que têm contato com o banco apenas
por meio da agência, por exemplo, terão dificuldade em serem avisados com
rapidez de que estão usando mais de 15% do limite da conta.
Procurado,
o BC informou que o assunto está na alçada da Febraban. A reportagem não
conseguiu contato com a Febraban. (AE)
Sábado,
10 de março, 2018 ás 7:00
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