Desde
quando foi deflagrada, há quatro anos, a Lava Jato já teve 49 fases. Até agora,
segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram quase 1,8 mil procedimentos
instaurados. Foram 944 mandados de buscas e apreensões; 227 de condução
coercitiva; 103 de prisão preventiva; 118 de prisão temporária e seis prisões
em flagrante. Os números são resultados apenas da Lava Jato no Paraná.
Os
trabalhos da Polícia Federal no Paraná renderam 72 acusações criminais contra
289 pessoas, sendo que em 39 já houve sentença pelos crimes de corrupção,
crimes contra o sistema financeiro internacional, tráfico transnacional de
drogas, formação de organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros
crimes.
Até
o momento são 183 condenações contra 119 pessoas, contabilizando mais de 1,8
mil anos de pena. Os crimes já denunciados somam R$ 6,4 bilhões em propinas. O
ressarcimento pedido, incluindo multas, é de R$ 38,1 bilhões.
Os
números impressionam. Entre os envolvidos, muitos ex-gestores e funcionários de
estatais, políticos, tesoureiros, empresários, lobistas. A lista é grande. No
entanto, ao longo dos anos, alguns nomes se destacaram como o do ex-presidente
Lula, do ex-ministro José Dirceu, e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
Confira a seguir algumas das fases da
Lava Jato e os seus envolvidos:
O
primeiro preso pela PF na Operação Lava Jato – na 2ª fase, ainda em 2014 – é o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, por suspeita de
destruir e ocultar documentos. A Operação Juízo Final, 7ª fase da operação,
prende donos e/ou funcionários da Camargo Corrêa, Engevix, Mendes Júnior, OAS,
UTC, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão. Também é preso o ex-diretor de
Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque.
No
início de 2015, é a vez do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró ser preso,
por haver indícios de que ele continuava a praticar crimes. Na 9ª fase,
batizada de Operação My Way, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é
levado para prestar depoimento, e o presidente do Grupo Galvão, Dario Galvão
Filho, é preso. Um mês depois, a Polícia Federal volta a prender o ex-diretor
de Serviços da Petrobras Renato Duque.
A
11º fase, deflagrada em abril de 2015, prende os ex-deputados André Vargas
(ex-PT-PR), Luiz Argôlo (ex-PP –BA) e emite ordem de prisão contra o
ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), já preso por condenação no mensalão. Nesse
momento, a investigação se expande para crimes na Caixa Econômica Federal e no
Ministério da Saúde. Alguns dias depois, João Vaccari Neto é preso na 12ª fase
da Lava Jato.
O
presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e presidente da Andrade Gutierrez,
Otávio Marques de Azevedo, são presos na 14ª fase, em junho de 2015. Alguns
meses depois, a PF cumpre mandado de prisão contra o ex-ministro José Dirceu,
suspeito de receber propina. Pela Operação Passe Livre, 21ª fase, é preso o
pecuarista José Carlos Bumlai, próximo de Lula, por suspeita de receber propina
e intermediar o pagamento de uma dívida de R$ 12 milhões do PT.
João
Santana, marqueteiro das campanhas de Dilma Rousseff, foi o alvo da 23ª fase da
Lava Jato. A operação mira repasses da Odebrecht ao marqueteiro. A esposa de
João Santana, Mônica Moura, também é presa pela PF. Em março de 2016, a
Operação Aletheia levou o ex-presidente Lula a prestar depoimento. O objetivo
era apurar se empreiteiras pagaram vantagens indevidas a ele por meio de obras
em dois imóveis ligados ao ex-presidente e repasses a sua empresa de palestras
e ao seu instituto.
Em
duas outras fases, foram presos o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), investigado
por doações feitas por empreiteiras para evitar convocações em CPIs da
Petrobras, da qual era vice-presidente, e o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
O
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega começa a ser investigado na 34ª fase da
Lava Jato, suspeito de negociar repasses ao PT. Dias depois, o também
ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci é apontado pela PF por atuar diretamente
para obter vantagens econômicas à Odebrecht em troca de propina.
Ainda
em 2016, os investigadores começam a apurar o desvio de mais de R$ 220 milhões em
obras realizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, durante a gestão de
Sérgio Cabral (PMDB). No ano passado, durante a 42ª fase, a PF aponta
evidências de que Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e
ex-presidente da Petrobras, solicitou R$ 17 milhões de propina enquanto
comandava o BB. Bendine é preso durante a operação.
Na
Operação Abate, 44ª fase, é preso o ex-deputado federal e líder na Câmara dos
governos do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, Cândido Vaccarezza. A
PF investigava desvios na contratação de fornecimento de asfalto por uma
empresa estrangeira à Petrobras.
A
última fase deflagrada pela Lava Jato, e a primeira em 2018, teve como alvo o
ex-ministro Delfim Netto. As suspeitas são de fraudes na licitação das empreiteiras
responsáveis pela construção da usina de Belo Monte, no Pará.
Domingo,
18 de março, 2018 ás 16:00
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