A
Câmara dos Deputados aprovou terça-feira(12), o pedido de urgência
constitucional para os projetos que tratam da renegociação das dívidas dos
Estados com a União e da eliminação da obrigação legal de a Petrobrás liderar
todos os investimentos no pré-sal.
No
caso das dívidas dos Estados, o pedido de urgência foi aprovado pela ampla
maioria dos deputados, com 335 votos favoráveis, 118 contrários e três
abstenções. Esta foi a segunda tentativa do governo de dar prioridade à
tramitação do projeto na Casa.
Na
semana anterior, em uma derrota inesperada, o governo Temer não conseguiu
aprovar a urgência. Na ocasião, a base aliada garantiu apenas 253 dos 257 votos
necessários. Defendido pelo governo, o texto é fruto de acordo com governadores
e prevê, entre outros pontos, o alongamento das dívidas dos Estados com a
União.
O
mérito do projeto dificilmente será apreciado antes do "recesso
branco", que começa na sexta-feira, 15, já que é considerado polêmico e quarta-feira(13)
é dia de eleição do novo presidente da Câmara. Uma das preocupações do governo
é o tempo curto para aprovação. A pausa nos trabalhos da Câmara irá até o
início de agosto.
Enquanto
o tempo passa, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu prazo até 22 de agosto para
que União e Estados formalizem o acordo sobre as dívidas, o que seria efetivado
com a aprovação da lei. A Corte aguarda até essa data para analisar o mérito de
pedidos de Estados que defendem o uso de juros simples no cálculo dos débitos.
Pré-sal.
O projeto de autoria do atual ministro de Relações Exteriores, José Serra,
elimina a obrigação da Petrobrás de atuar em todos os consórcios do pré-sal com
pelo menos 30% do investimento e de ser a operadora única em todas as áreas. O
pedido de urgência na tramitação foi aprovado por 337 deputados.
Pelo
texto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão de
assessoramento da Presidência da República e presidido pelo Ministério de Minas
e Energia (MME), vai oferecer à companhia o direito de preferência para ser
operadora dos blocos a serem contratados sob o regime de partilha.
Se
exercer esse direito, a Petrobrás terá que ter participação mínima de 30%.
Mesmo que não queira ser operadora do bloco, a empresa poderá participar de
todas as licitações. No plenário da Câmara, o texto precisa de maioria simples
para ser aprovado. Se não receber emendas parlamentares, segue para sanção
presidencial. Caso contrário, volta para apreciação do Senado. (AE)
Quarta-feira,
13 de julho, 2016
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