Os
redutos dos peemedebistas que são alvos da Operação Lava Jato receberam, nas
eleições de 2010 e 2014, um volume de doações desproporcional ao tamanho de seu
eleitorado. As campanhas mais ricas do PMDB, em termos relativos, não foram as
dos Estados maiores, mas as dos comandados por “caciques” locais.
Os
12 Estados de alvos da Lava Jato concentram apenas um terço dos eleitores do
País, mas eles receberam R$ 2 de cada R$ 3 (66%) doados a campanhas
majoritárias do PMDB nas duas últimas eleições para governador e senador.
Nesses
mesmos locais, candidatos, comitês e diretórios do PT e do PSDB receberam,
respectivamente, apenas 25% e 22% do total doado para as campanhas estaduais –
o que mostra que as prioridades eleitorais de petistas e tucanos foram muito
diferentes das do PMDB.
Parte
significativa do dinheiro arrecadados pelos três partidos veio de empreiteiras
investigadas na Lava Jato. Há indícios de que doações eleitorais tenham sido
feitas para “lavar” propinas resultantes de desvios de recursos públicos. No
caso do PMDB, o ex-senador Sergio Machado afirmou, em proposta de delação
premiada, que propinas destinadas a José Sarney e Romero Jucá eram, por vezes,
disfarçadas como doações oficiais de campanha aos diretórios do partido no
Maranhão e em Roraima, respectivamente.
No
ranking dos valores per capita, o primeiro colocado, disparado, é justamente o
Estado de Jucá. Na média das duas eleições, o PMDB de Roraima recebeu cerca de
R$ 96 por eleitor – mais que o quádruplo do segundo colocado, Tocantins, e nove
vezes o valor registrado no Rio de Janeiro.(A/E)
Domingo,
03 de julho, 2016
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