Em
2014, Dilma Rousseff resistiu a uma ofensiva de dirigentes petistas e expoentes
do PIB nacional para fazer de Lula o candidato do PT à Presidência da
República. Reeleita, viu o PSDB recorrer à Justiça Eleitoral para lhe cassar o
novo mandato. Desde o ano passado, seu adversário é outro, o poderoso PMDB,
patrocinador e beneficiário direto do pedido de impeachment em tramitação. Até
agora, a presidente sobreviveu à pressão dos três maiores partidos do país. Um
feito considerável para uma neófita no universo dos profissionais da política,
mas um desalento para a maioria dos brasileiros.
Por um motivo simples. A
presidente já não exerce a Presidência de fato. Mostra-se incapaz de
restabelecer o diálogo com os setores produtivos e o Congresso e, assim, contribui
para agravar a recessão econômica. Na prática, seu governo acabou, e os últimos
sinais vitais se restringem a eventos com plateias cativas, a tentativas de
obter apoio com a oferta de cargos a deputados e senadores e a batalhas na
Justiça, com os pedidos de liminares de última hora no Supremo Tribunal
Federal.
Os
prazos e datas podem ser adiados, mas nada parece destinado a exorcizar o
fantasma do impedimento de Dilma, cujos contornos estão cada vez mais
delineados.
Por:
Daniel Pereira e Robon Bonin
Sábado,
16 de abril, 2016
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