A
incompetente e corrupta administração do lulopetismo atingiu o seu ápice no
desgoverno de Dilma Rousseff. Esta constatação é confirmada pelo esfacelamento
da economia, fartamente comprovada pela superação de todos os recordes
negativos dos principais indicadores econômicos e sociais dos últimos vinte
anos e pelo maior desvio de recursos públicos da história da humanidade.
O
Poder Executivo perdeu completamente seu protagonismo, legitimidade, e
capacidade de liderança política e administrativa, agravada com a ridícula e
obscena tentativa de nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil da
Presidência da República, atualmente sub judice no Supremo Tribunal Federal.
Além
da crise econômica assistimos uma degradação moral e ética na política, nunca
dantes visto em nossa história republicana, atingindo em cheio o Poder
Executivo e grande parte do Legislativo.
Com
a perspectiva do fim do atual desgoverno, seja via impeachment (motivos não
faltam), seja via Supremo Tribunal Eleitoral (o ideal, mas com processamento
muito demorado) ou renúncia (pouco provável, mas a mais rápida e menos
traumática), é importante que fique claro que os graves problemas econômicos,
políticos e sociais de nosso país não serão resolvidos pela simples troca de
governantes.
Para
solução dos graves problemas por que passa o país serão necessárias amplas e
profundas reformas estruturais e institucionais.
Considerado
que a Operação Lava Jato, em suas próximas denúncias deve incluir vários
caciques políticos, a viabilização dessas reformas somente será possível com a
refundação da nossa república.
A
primeira e fundamental reforma a ser realizada é a chamada mãe de todas as
reformas: A REFORMA POLÍTICA.
As
tentativas de reforma política foram sempre frustradas justamente por serem
encaminhadas e debatidas no Congresso Nacional por seus principais atores, os
próprios Parlamentares, que não tem interesse nenhum em alterar o atual modelo.
Para
uma verdadeira e representativa reforma será necessário uma constituição
exclusiva, eleita somente para fazer a reforma política.
O
atual momento político é extremamente grave, tendo atingindo um grau de
profundidade irreversível. Existe uma grande insatisfação de grande parte da
população, não militante partidária, com a fragilidade do sistema político-institucional.
A
presente crise política deixou claro que a corrupção independe de
posicionamento ideológico. A expectativa de que os graves problemas econômicos
e sociais produzidos pelo lulopetismo possam ser resolvidos imediatamente, caso
confirmado o impeachment, por uma nova coalizão política é próximo de zero. Se
o atual sistema eleitoral-partidário for mantido com os gigantescos custos das
campanhas eleitorais, fatalmente teremos a corrupção de volta.
Além
da reforma política será necessário uma profunda e ampla reforma institucional
e administrativa dos Três Poderes da República.
A
reforma política deveria, basicamente, contemplar os seguintes aspectos: 1.Voto
distrital misto; 2. Diminuição do número de deputados federais de 513 para 250,
observada a representação demográfica de cada Estado e/ou Região; 3. Diminuição
do número de Senadores de 80 para 40 (dois por Estado), eliminação da suplência
de Senador. 4. Supressão do “fórum privilegiado” para exame dos crimes comuns e
de “colarinho branco” de todos os parlamentares, e demais autoridades, com
exceção dos presidentes dos três poderes; 5.Limitação do número de partidos; 6.
Estabelecimento de teto para o total de recursos destinados aos fundos
partidários; 7. Eliminação das exageradas “mordomias”, como verbas
suplementares de gabinete, auxílio moradia, carros, motoristas e outros que
tais.
No
âmbito do Executivo a primeira, e imediata medida, a ser tomada é a redução
para no máximo 18 (dezoito) o número Ministérios, com as mesmas medidas de
extinção das “mordomias”, e a drástica diminuição no número de Cargos
Comissionados.
Caso
se concretize a adoção de todas essas medidas, certamente haverá uma expressiva
economia para o Tesouro Nacional, descartando-se assim a necessidade de criação
de novos impostos para aumentar ainda mais a imensa e injusta carga tributária.
O ajuste deveria enfatizar medidas de corte de gasto muito mais do que aumentos
de tributos.
Montagem
de um projeto de pais contemplando medidas de curto, médio e longo prazos,
priorizando o déficit público, o déficit da previdência social e a reforma tributária.
A
dívida pública encontra-se numa trajetória contínua de crescimento. O déficit público, dada a relação divida/PIB
e sua provável evolução, faz-se necessário estabelecer metas de superávit
primários em relação ao PIB que indique tendência de sua redução. Ou seja, é
necessário reverter o quadro fiscal. O governo não tem mais espaço fiscal, sua
capacidade de financiamento está esgotada. Na parte tributária, a ênfase
deveria ser a simplificação do regime, aumento da eficiência, redução do gasto
tributário e maior justiça social na aplicação dos impostos.
Mexer
na Previdência e nas regras de aposentadoria. Acabar com as várias
aposentadorias especiais, estabelecimento de limite mínimo de idade para a
aposentadoria para todos os cidadãos brasileiros que se aposentarão pelo INSS.
Neste
processo será inevitável mudar algumas normas constitucionais que criam
despesas obrigatórias insustentáveis.
Adoção
de política industrial “horizontal” com incentivos à exportação e aumento de
produtividade, com a inclusão das indústrias brasileiras nas cadeias globais de
produção.
Ampla
reforma administrativa, com adoção de mecanismos legais para um efetivo
controle das despesas, incluindo a eliminação dos chamados super-salários, nos
três poderes, condicionando os ajustes dos salários de seus servidores ao
crescimento do PIB.
As
grandes mudanças institucionais e econômicas que aconteceram ao longo da
historia do Brasil sempre ocorreram em momentos de crise.
Talvez
com essas mudanças, que incluem uma nova rodada de privatizações e concessões,
o Brasil poderá se libertar do chamado “capitalismo de compadrio” (crony
capitalism) descrito como uma economia cujo sucesso nos negócios depende das
estreitas relações entre os empresários e o governo. Isto ocorre no favoritismo
das licitações, concessões, empréstimos, subsídios do governo, isenções fiscais
ou outras formas de intervencionismo estatal. É nesta gama de favorecimentos
que os nossos nobres parlamentares se transvestem de lobistas junto ao governo.
Carlos
Roberto de Castro, economista, foi presidente do Conselho Federal de Economia
(Cofecon)
Quarta-feira,
06 de abril, 2016
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