A
comissão especial do impeachment foi eleita nesta segunda-feira pelo plenário
do Senado Federal, dando largada à contagem regressiva para o julgamento que
deve determinar, na segunda semana de maio, o afastamento da presidente Dilma
Rousseff por até 180 dias. Dos 21 senadores titulares da comissão, apenas cinco
são contrários ao impeachment: os petistas Lindbergh Farias (RJ), Gleisi
Hoffmann (PR) e José Pimentel (CE) e os aliados Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e
Telmário Mota (PDT-RR).
A
comissão será responsável, na primeira etapa da tramitação do processo de
impeachment no Senado, por elaborar e votar, em até dez dias úteis, um parecer
sobre a admissibilidade da ação de impedimento. Na sequência, o documento é
encaminhado ao Plenário do Senado, a quem cabe, se ratificar o relatório da
comissão, determinar o afastamento temporário de Dilma no Palácio do Planalto.
Neste caso, é necessária apenas maioria simples de votos - metade mais um dos
presentes no dia da votação.
Com
a provável confirmação do afastamento da presidente Dilma, é nesta fase que o
vice-presidente Michel Temer assume temporariamente o controle do país, embora
o procedimento de impeachment continue em tramitação no Senado, tanto para a
coleta de novas provas quanto para o julgamento do libelo acusatório contra a
petista, em meados de setembro.
De
perfil moderado, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) será o presidente da
Comissão Especial do Impeachment e já começa a articular para que o
advogado-geral da União José Eduardo Cardozo e o jurista Miguel Reale Jr,
responsáveis pela defesa e pela acusação contra Dilma por crime de
responsabilidade, sejam ouvidos ainda nesta semana. O calendário de tramitação
do impeachment na comissão ainda precisa ser alinhavado com o relator do caso
no Senado, provavelmente o tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG), já indicado pelo
partido para o posto. Na sessão plenária desta segunda-feira, o PT apresentou
questão de ordem alegando suspeição de Anastasia porque o tucano teria
"vidente interesse no desfecho da votação", mas Renan Calheiros
informou que apenas a comissão deve se debruçar sobre este impasse, e não o
plenário da Casa. A primeira reunião da comissão, para oficializar a escolha do
presidente e do relator, está agendada para as 10 horas desta terça-feira.
Além
do presidente, compõem a comissão como titulares os senadores Rose de Freitas
(PMDB-ES), Simone Tebet (PMDB-MS), Dário Berger (PMDB-SC) e Waldemir Moka
(PMDB-MS). Pelo bloco parlamentar da oposição, são titulares os tucanos Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), além do democrata Ronaldo Caiado (DEM-GO).
No
bloco de apoio ao governo, os indicados foram Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi
Hoffmann (PT-PR), José Pimentel (PT-CE) e Telmário Mota (PDT-RR). Completam a
composição da comissão do impeachment como senadores titulares os seguintes
congressistas: Romário (PSB-RJ), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM), Ana Amélia Lemos (PP-RS), José Medeiros (PSD-MT),
Gladson Cameli (PP-AC), Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrella (PTB-MG).
A
comissão ainda conta com 21 senadores suplentes: Hélio José (PMDB-DF), Marta
Suplicy (PMDB-SP), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), João Alberto Souza
(PMDB-MA), Paulo Bauer (PSDB-SC), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Tasso Jereissati
(PSDB-CE), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Humberto Costa (PT-PE), Fátima Bezerra
(PT-RN), Acir Gurgacz (PDT-RO), João Capiberibe (PSB-AP), Roberto Rocha
(PSB-MA), Cristovam Buarque (PPS-DF), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Sérgio
Petecão (PSD-AC), Wilder Morais (PSD-AC), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Amorim
(PSC-SE) e Magno Malta (PR-ES). Entre os suplentes, cinco senadores -
Capiberibe, Randolfe, Humberto Costa, Fátima Bezerra e João Alberto - são
contrários ao impeachment. Não declararam voto outros três: Roberto Rocha, Otto
Alencar e Acir Gurgacz. Uma vaga de suplente a ser indicado pelo PMDB ainda
está em aberto.
Michel
Temer - Na sessão que elegeu a comissão do impeachment, um grupo de senadores
ditos independentes apresentou questionamento para que o processo de
impedimento de Dilma tramitasse em conjunto com um pedido já apresentado contra
o vice-presidente Michel Temer, mas que ainda precisa ser analisado em uma comissão
especial na Câmara. Renan Calheiros, porém, negou o pedido.
Por:
Laryssa Borges
Segunda-feira,
25 de abril, 2016
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