O
ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reafirmou terça-feira (18/9) que
a Polícia Federal deve concluir ainda nesta semana um primeiro inquérito sobre
a agressão ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. Ele disse que,
até o momento, nenhuma hipótese foi descartada sobre uma eventual coautoria do
crime, por isso uma nova investigação poderá ser aberta.
Bolsonaro
foi esfaqueado em 6 de setembro durante um ato de campanha na rua em Juiz de
Fora (MG). O agressor, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, foi preso e
encontra-se numa penitenciária federal de Campo Grande (MS). Em depoimentos,
ele diz ter agido sozinho.
“Não
se descarta qualquer tipo, qualquer hipótese”, afirmou Jungmann ao ser
questionado sobre a possibilidade de coautoria no crime. “Nós, se necessário,
abriremos uma segunda investigação, um segundo inquérito, para apurar todo e
qualquer indício. Se qualquer possibilidade de coautoria existir, evidentemente
que vamos trazer a conhecimento de toda a sociedade”, disse em seguida.
O
ministro, no entanto, não entrou em detalhes das investigações, afirmando
apenas que “tudo isso tem que ser investigado, recursos, dinheiro na conta”.
“Temos que dar uma resposta à opinião pública para que não paire nenhuma
suspeita”, acrescentou.
Jungmann
deu as declarações após reunião, nesta terça-feira, com a presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, da qual também
participou o diretor-geral da PF, Rogério Galloro.
No
encontro, foi discutido o incremento na segurança dos candidatos à Presidência.
No momento, mais de vinte policiais federais integram o aparato que acompanha
cada presidenciável.
Para
acompanhar todos os presidenciáveis em tempo real, foi montado também um centro
de inteligência, que deverá ser inaugurado em breve em Brasília e passará a
funcionar 24 horas durante sete dias antes do primeiro turno das eleições, que
ocorre em 7 de outubro.
Bancada do crime
Além
do incremento na segurança dos candidatos à Presidência, foi discutido no
encontro o combate a candidaturas que estejam ligadas ao crime organizado, num
esforço para impedir que se forme, nas palavras de Jungmann, uma “bancada do
crime” no Poder Legislativo federal e estadual.
Segundo
o ministro, a PF realiza um pente-fino na vida pregressa de todos os
candidatos, para todos os cargos, nas eleições deste ano. O objetivo é entregar
ao TSE um dossiê com qualquer indício do envolvimento do crime organizado com a
eleição.
“Estamos
fazendo uma triagem e levantamento prévio de todos os candidatos e estamos cruzando
todos os dados, fazendo um banco de dados”, disse Jungmann. “Não podemos
permitir a formação de uma bancada do crime e, se por acaso eles vierem a se
eleger, nós precisamos cassá-los e puni-los”, acrescentou o ministro. Ele
frisou, no entanto, que a PF somente fornecerá dados de inteligência ao TSE, a
quem caberá dar qualquer tipo de consequência às informações. (ABr)
Terça-feira,
18 de setembro, 2018 ás 18:00
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