O
candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro (PSL), declarou na segunda-feira
(24/9), considerar que o ataque à faca que recebeu no último dia 6, em Juiz de
Fora (MG), teve motivação política e sugeriu que o delegado da Polícia Federal
(PF) que cuida do caso pode estar agindo para abafar o caso.
Em
entrevista em vídeo gravada para a rádio Jovem Pan, o presidenciável disse
ainda que deve ter alta do hospital até o final do mês – antes, portanto do 1º
turno -, mas que não irá voltar tão cedo à campanha nas ruas por causa de sua
condição debilitada.
“Entendo
que foi planejado. Foi político, sem a menor dúvida. Me tirando do combate, os
próximos três ou quatro da relação são parecidos”, disse Bolsonaro, em
referência a seus adversários na disputa. “Ele deu a facada e rodou, para me
matar mesmo. O cara sabia o que estava fazendo”, reforçou.
Líder
nas pesquisas, o capitão reformado do Exército ainda contestou a linha de
investigação adotada pela Polícia Federal sobre o caso. “Acredito que o Adélio
não agiu sozinho. A tendência natural de um ato como aquele é ser linchado,
então ele foi para a missão com a certeza que não seria linchado, que teria
gente ao lado dele”, avaliou.
“Pelo
que ouvi dizer, não tenho certeza ainda, a Polícia Civil de Juiz de Fora está
bem mais avançada que a PF. O depoimento do delegado que está conduzindo,
realmente é para abafar. Eu lamento o que ouvi ele falando. Dá a entender até
que age em parte como uma defesa do criminoso. Isso não pode acontecer. ”
Após
ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefônico e
telemático de Adélio, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não
encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de
outra pessoa ou grupo.
Campanha
Na
primeira entrevista em vídeo gravada desde o incidente, Bolsonaro se emocionou
em alguns momentos e chegou a chorar ao ouvir o filho, Flávio, contar como
recebeu a notícia no dia. Ele também admite que não deve participar de atos de
campanha antes do fim do primeiro turno. “”receberei alta no dia 31 (sic),
antes das eleições. Mas, a recomendação é que eu fique em casa. Na situação em
que estou, se eu levar um esbarrão posso botar tudo a perder. Então não posso
ir às ruas novamente”, comentou.
O
candidato também rebateu acusações como as formuladas por Marina Silva (Rede),
para quem ele foi vítima da violência que prega. “É exatamente o contrário. Sou
vítima daquilo que combato”, disse o deputado, que também pregou leis mais
duras contra este tipo de crime. “Prefiro a cadeia cheia de vagabundo a
cemitério cheio de inocente. ”
(Estadão
Conteúdo)
Segunda-feira,
24 de setembro, 2018 ás 20:35
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