A
grande maioria (95%) das empresas acreditam em resultados comerciais mais
positivos já em 2017. É o que aponta pesquisa inédita da Câmara Americana de
Comércio (Amcham) com a participação de 326 lideranças de companhias de vários
portes e setores da economia. A enquete foi aplicada nesta quarta-feira (8/2),
em São Paulo, durante o Seminário Perspectivas Comerciais, Econômicas e
Políticas promovido pela Amcham.
Uma
parcela 88% deles consideram que o ano será de cenário de recuperação, e outros
7% apostam em novo contexto de crescimento expressivo em relação a 2016. Já a fatia minoritária dos 5% restante
acredita em números comerciais ainda negativos e sem sinais de recuperação
neste ano.
Sobre
a recente afirmação do Ministro Henrique Meirelles que “o país sairá da
recessão ainda no primeiro trimestre do ano”, 64% dos executivos informaram já
constatar algum nível de melhora no humor econômico do país. Sendo 53% com
resultados comerciais levemente positivos nesses primeiros 40 dias do ano; e
11% já percebendo uma melhora significativa nos indicadores no comparativo com
o mesmo trimestre do ano passado. Outros 36% ainda vivenciam resultados
negativos.
A
recuperação depende de três principais fatores, de acordo com os entrevistados
pela Amcham. A maioria (54%) citou como aspecto prioritário o aumento da
competitividade da economia, exigindo firmeza na condução das reformas
estruturais. Os outros dois pontos citados foram: aumento do consumo, com estímulos ao crédito
e retomada da confiança do consumido, sendo mencionado por 32%; e o crescimento
das exportações, exigindo uma taxa de câmbio relativamente estável e
competitiva para o setor industrial; sendo citado por 14%.
No
varejo, 69% acreditam também em retomada ainda neste ano. Para 49%, a
recuperação acontecerá no segundo semestre, e outros 20% apostam na
concretização ainda no primeiro semestre.
Outros 27% enxergam recuperação só em 2018.
Levando
em consideração o cenário de recuperação, três pontos serão prioritários quando
se fala em investimentos comerciais da própria companhia: produtividade em
processo, produção e equipe (54%); inovação do portfólio de produtos e serviços
(26%); e treinamento e capacitação da força de vendas (11%).
Incertezas políticas e
econômicas devem cair
Os
empresários e executivos brasileiros estão mais otimistas em relação ao cenário
de instabilidade do país e mais confiantes com o novo ano. Para 84% deles, as
incertezas políticas e econômicas estarão em quadro mais estável em 2017.
Para
os consultados, apesar da aposta em melhora em relação a 2016, duas grandes
incertezas ainda devem ditar a velocidade da recuperação da economia
brasileira: a operação Lava Jato e seus desdobramentos (33%) e o quadro fiscal
preocupante e ainda dependente de reformas/medidas (28%). Outros fatores
citados foram: a crise política e antecipações da corrida presidencial de 2018
(18%); a confiança do consumidor e investidor em níveis piores e crise de
segurança mais acentuada em alguns estados (17%); e o cenário externo em
virtude da troca de presidência nos EUA e tratativas do Brexit na União
Europeia (4%).
Avaliação do Governo
Temer e reforma trabalhista
Decorridos
quase nove meses do Governo Temer, 51% dos empresários avaliam como
"neutro", ainda exigindo uma maior capacidade da condução das
transformações e reformas. Outra parcela de 28% considerou "positivo"
os três trimestres da nova presidência e 21% avaliam como "negativo",
considerando que a equipe não vem demostrando capacidade de liderar as reformas
necessárias.
A
reforma trabalhista é o aspecto que traz otimismo nos investimentos para 66%
dos empresários. Segundo 49%, a modernização da legislação trará impacto em
médio prazo, tanto em retomada dos investimentos como também no volume de
postos de trabalho. E 17% deles enxergam impactos positivos já no curto prazo,
enquanto 34% não enxergam aspectos positivos tanto no curto e médio prazo.
Terça-feira,
14 de fevereiro de 2017 ás 10hs 20
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