Edson
Fachin, novo relator da Lava Jato, chegou ao Supremo Tribunal Federal há pouco
mais de um ano e meio. O "novato" na Corte é também o mais recente
integrante da Segunda Turma, a qual pediu para integrar após a morte de Teori
Zavascki. Como jurista, Fachin desenvolveu trabalhos na área do direito civil e
sua atuação no campo penal - e, portanto, a forma como vai tocar a investigação
de corrupção na Petrobras - é considerada uma incógnita.
Em
decisões emblemáticas sobre casos que passaram pelo plenário, Fachin acompanhou
Teori e a maioria: para afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado,
retirar de Sérgio Moro investigações que envolviam o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e permitir o fatiamento de braços da Lava Jato a outras
jurisdições.
Semelhança
Discreto,
Fachin é visto como nome consensual dentro do STF: evitou polêmicas no curto
período de Corte, manteve a sobriedade em momentos de intenso assédio da
imprensa e se aproximou de Teori. Interrompeu as férias na Alemanha para
embarcar para o enterro do amigo em Porto Alegre, onde se emocionou.
Ao
ser escolhido para o STF, interlocutores de Dilma diziam que a presidente viu
em Fachin uma mistura de suas duas indicações imediatamente anteriores: Teori e
Luís Roberto Barroso. No STF, os três conversavam sobre questões do tribunal e
pensavam em uma reformulação interna para que a Corte seja mais eficiente e
ágil.
É
considerado por integrantes do seu gabinete "workaholic" e
bem-humorado. O nome de Fachin foi cotado para o tribunal já na época do
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas só foi consolidado na
última indicação que poderia ser feita por Dilma.
Fachin
enfrentou resistência no Senado - era considerado nome ligado a movimentos
sociais e foi filmado pedindo votos para a Dilma em 2010. Tudo isso fez com que
o Planalto, na ocasião, contasse com um voto favorável de Fachin na definição
do impeachment. Ele, no entanto, validou o rito do algoz de Dilma, o então
presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). (AE)
Sexta-feira,
3 de fevereiro de 2017 ás 00hs00
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