Levantamento
do Datafolha registrou que 59% dos brasileiros acreditam que o presidente Jair
Bolsonaro (PSL) fará uma gestão ótima ou boa. Na mesma pesquisa a maioria ainda
aprova sua gestão, com 32% dos brasileiros avaliando o governo como ótimo ou
bom. Mas o presidente registra a pior avaliação, após três meses de governo,
entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato, desde a redemocratização
de 1985, com 30% de avaliação ruim ou péssima, 33% regular e 4% não sabem
opinar.
Bolsonaro
completa cem dias de mandato na próxima quarta-feira (10), com a maioria dos
brasileiros mantendo uma perspectiva esperançosa. Antes da posse, 65% esperavam
que o presidente fizesse um governo ótimo ou bom; 17%, regular, e 12%, ruim ou
péssimo. Agora, a expectativa é positiva para 59%, mediana para 16% e negativa
para 23%.
Os
dados divulgados pela Folha detalham que os antecessores de Bolsonaro nas
mesmas condições tiveram melhor desempenho na avaliação nos primeiros três
meses. Fernando Collor (então no PRN) era reprovado por 19% em 1990, enquanto
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava 16% de índices ruim ou péssimo em
1995.
Os
petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, alvos frequentes de
críticas do atual presidente, eram mal avaliados apenas por 10% e 7% da
população ao fim dos primeiros três meses de governo.
Na
série histórica, Dilma é quem teve numericamente a melhor avaliação a esta
altura do mandato, com 47% de ótimo/bom em 2011.
O
instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2
e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para
mais ou para menos.
Não
se comparam nesta pesquisa os primeiros trimestres de presidentes reeleitos,
pois suas imagens já passaram pela exposição de todo um governo além dos três
meses: Lula se mantinha com uma rejeição confortável (14%), FHC amargava 36% e
Dilma já começava a viver o inferno político que a derrubaria do cargo em 2016,
com 60% de ruim e péssimo.
Os
vices que assumiram desde a redemocratização também não são comparáveis —a
aferição de Michel Temer (MDB) não foi feita, enquanto Itamar Franco tinha 11%
de ruim/péssimo nesse intervalo.
Avaliação
das realizações
Para
61% dos ouvidos, Bolsonaro fez menos do que se esperava no exercício do cargo.
Já 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era
esperado. Entre os descontentes, a predominam pessoas mais pobres e menos
escolarizadas.
Nessa
comparação, Bolsonaro também perde para os primeiros mandatos de Lula e de
Dilma, que tiveram o mesmo tipo de mensuração pelo Datafolha. Em 2003, o petista
fez menos do que poderia para 45%, e em 2011 a ex-presidente pontuou 39% no
quesito.
A
aprovação de Bolsonaro é maior entre os homens (38%) do que entre as mulheres
(28%).
O
comportamento do presidente é avaliado como correto por 27% dos ouvidos. Já outros 27% acham que Bolsonaro na maioria
das vezes se posiciona de forma adequada, mas às vezes não. No lado negativo,
20% pensam que na maioria das vezes o presidente é inadequado, e 23% dizem que
ele nunca se comporta como o cargo exige.
Há
sinais de alerta para o bolsona ismo em dois grupos que apoiaram
consistentemente o então candidato durante a campanha de 2018.
Os
que ganham mais de 10 salários mínimos e os que têm curso superior registram
numericamente também a maior rejeição ao governo até aqui: 37% e 35%,
respectivamente, avaliam a gestão como ruim ou péssima.
Esses
grupos também registram a maior aprovação, 41% (empatada tecnicamente com os
43% dos que ganham de 5 a 10 salários mínimos) e 36% de ótimo/bom (empatada
tecnicamente com os 33% de quem tem ensino médio), indicando assim uma
polarização entre o eleitor mais elitizado.
Os
mais pobres (até 2 salários mínimos) são os menos contentes, com 26% de ótimo e
bom.
Já
o eleitorado evangélico (34% da população) segue mais entusiasmado com o presidente.
Acham o governo até aqui ótimo ou bom 42% desse segmento, índice que cai a 27%
entre católicos (50% dos brasileiros).
Brancos
são os que mais aprovam Bolsonaro (39%), enquanto pretos e pardos são os que
mais desaprovam (29% para cada um dos grupos).
Ainda
não há uma reversão na divisão geográfica do apoio ao presidente. O Sul, sua
principal fortaleza em 2018, deu a maior aprovação a ele neste levantamento:
39% (empatado com os 38% do Centro-Oeste/Norte), contra 22% de desaprovação.
O
Nordeste é a região que mais rejeita o governo, com 39% de ruim/péssimo e 24%
de ótimo/bom. Também lá existe a menor expectativa positiva: 50%.
(Com
informações da Folha)
Domingo,
07 de abril, 2019 ás 15:05
Nenhum comentário:
Postar um comentário