O
Brasil receberá US$ 621 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD),
instituição financeira criada em 2015 pelo grupo formado por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul, o Brics. Nos três primeiros anos de operação da
instituição, foram aprovados quatro projetos brasileiros que abrangem as áreas
de energia renovável (eólica, solar e hidrelétrica), construção de estradas,
reconstrução de rodovia férrea, esgotamento sanitário, telecomunicações e
refinarias da Petrobras. Os dados são do estudo Arquitetura Financeira Conjunta
do BRICS: o Novo Banco de Desenvolvimento, lançado (17) pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O
estudo estima que o deficit de investimentos em infraestrutura nos países em
desenvolvimento seja de US$ 1 trilhão e US$ 1,5 trilhão por ano. Criado para
oferecer crédito a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos
BRICS e em outros países em desenvolvimento, o NDB aprovou, entre 2016 e 2018,
30 projetos num total de US$ 8,1 bilhões. Segundo a pesquisa, quase um terço do
valor se destina a financiamentos no setor de transporte, enquanto 26% é
direcionado à energia limpa. Além desses setores, o banco também é voltado para
projetos contemporâneos nas áreas de mobilidade urbana e rural, eficiência na
oferta e uso da água, proteção contra enchentes, infraestrutura (social e
urbana) e produção limpa (atividades poupadoras de emissão de CO2).
O
Brasil, como um dos cinco acionistas do NDB, já aportou US$ 1 bilhão até 2019 e
deverá destinar mais US$ 1,050 bilhão para a instituição até 2022. Até o
momento, o banco já recebeu aportes de US$ 5,3 bilhões de seus sócios
fundadores, e a meta de integralização do capital até 2022 é de US$ 10 bilhões.
Juntos,
os países do BRICS têm uma participação de 33% no produto global, 42% da
população mundial e 43% de contribuição no crescimento do produto global,
segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2018.
Escritório
no Brasil
O
NDB tem sede em Xangai, na China, além de um escritório em Johanesburgo, na
África do Sul. Em novembro de 2019, está prevista a inauguração de um
escritório no Brasil, na cidade de São Paulo. Há, ainda, expectativa de criação
de uma representação na capital federal. Em 2020, o Brasil indicará o novo
presidente do banco, lembra o Ipea. (ABr)
Quarta-feira,
17 de abril, 2019 ás 9:56
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