A
Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que investigações contra cinco
governadores que deixaram o cargo recentemente saiam do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) e desçam para as instâncias competentes, já que esses políticos
perderam o foro privilegiado.
Há
pedido também para que investigação contra o ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB-SP), por caixa dois, seja encaminhada à Justiça Eleitoral.
Ontem,
o Ministério Público de São Paulo requereu à PGR que seja remetido com
“urgência” o inquérito sobre o tucano e pré-candidato do PSDB à Presidência na
Operação Lava Jato ‘com urgência’.
Além
de Alckmin, os pedidos para que as investigações desçam para outras instâncias
envolvem Beto Richa (PSDB-PR), Marconi Perillo (PSDB-GO), Confúcio Moura
(MDB-RO) e Raimundo Colombo (PSD-SC), que também deixaram nos últimos dias o
comando do Executivo local.
O
inquérito contra Alckmin foi aberto em novembro de 2017 após a delação de
executivos da Odebrecht, que dizem ter repassado R$ 10,3 milhões às campanhas
do tucano em 2010 e 2014 por meio de caixa dois. Os recursos teriam sido
entregues ao cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro. Na última sexta-feira,
em outro desdobramento da Lava Jato, a Justiça Federal em São Paulo ordenou a
prisão do ex-diretor da Dersa (estatal de desenvolvimento rodoviário) Paulo
Vieira de Souza, nomeado por Alckmin em 2005. Paulo Preto, como é conhecido, é
acusado de desviar R$ 7,7 milhões da estatal entre 2009 e 2011. Alckmin diz
desconhecer Paulo Preto e nega ter recebido caixa dois em campanhas.
Perillo
foi denunciado pela PGR em março de 2017, acusado de corrupção passiva. Segundo
a denúncia, o tucano recorreu ao empresário Fernando Cavendish e ao
contraventor Carlinhos Cachoeira para pagar uma dívida de R$ 90 mil com o
marqueteiro Luiz Carlos Bodoni.
Em
troca, segundo a denúncia, Marconi aumentou entre 2011 e 2012 os valores de
contratos entre o governo goiano e a empreiteira Delta, então presidida por
Cavendish. O ex-governador goiano diz que a denúncia jamais foi comprovada.
Colombo
também foi denunciado pela PGR, em março deste ano. Ele é acusado de receber R$
2 milhões da Odebrecht via caixa dois na campanha de 2014 em troca de vantagens
à empreiteira. A denúncia se baseia em delações de executivos da empresa.
O
ex-governador também era investigado pelo crime de corrupção, mas a acusação
foi arquivada. Ele nega ter recebido caixa dois na campanha.
Já
Beto Richa foi citado na delação da Odebrecht e teve um inquérito que tramitava
em primeira instância suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018. A
corte avaliou que, como Richa tinha foro privilegiado, o caso deveria tramitar
no STJ.
Com
a perda do foro, os promotores poderão retomar o caso.
Um
executivo da Odebrecht disse que Richa recebeu R$ 2,5 milhões via caixa dois na
campanha de 2014. O ex-governador nega.
Confúcio
é investigado na Operação Plateias, que apura um esquema de desvio de dinheiro
público suspeito de abastecer o caixa de campanha do PMDB que envolveria o
governador de Rondônia. O prejuízo aos cofres do Estado é estimado em R$ 57
milhões.
Quarta-feira,
11 de abril, 2018 ás 18:00
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