O
ex-presidente Luiz Inácio Lula disse sábado (7/4) que irá se entregar à Polícia
Federal e atender a determinação do juiz Sergio Moro. O petista fez um discurso
de cerca de uma hora na frente da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em
São Bernardo (SP) e criticou o Ministério Público Federal, o juiz Sergio Moro e
o Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A ordem de prisão contra
Lula foi determinada menos de 20 horas após o Supremo Tribunal Federal negar o
pedido de Habeas Corpus preventivo feito por ele. O juiz Sergio Moro, da 13ª
Vara Federal de Curitiba, determinou a prisão do considerando que, embora ainda
caibam embargos de declaração contra a última decisão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, o recurso é uma "patologia protelatória e que
deveria ser eliminada do mundo jurídico".
Na
quinta-feira (5/4), Moro determinou que, pela dignidade do cargo de presidente
que ocupou, Lula deveria se entregar de forma espontânea para a Polícia Federal
até às 17h da sexta-feira (6/6). No entanto, no mesmo diz que a ordem de prisão
foi expedida, o ex-presidente se encaminhou para a sede do sindicato do
qual já foi presidente e, cercado por centenas de militantes, onde
permanece até o momento.
Ao
meio dia deste sábado Lula discursou, ao lado de senadores, ministros de seu
governo e os presidenciáveis Manuela Dávila (PcdoB) e Guilherme Boulos (Psol).
O ex-presidente reafirmou que não há provas contra ele e que enfrenta um
processo político e não penal.
“Você
não pode fazer julgamento subordinado à imprensa porque você destrói a imagem
das pessoas e, depois, os juízes vão julgar e falar: 'eu não posso ir contra a
opinião pública, porque a opinião pública tá pedindo pra caçar'. Quem quiser
votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato a deputado.
Escolha um partido político e vá ser candidato. A toga é o emprego vitalício. O
cidadão tem que votar apenas com base nos autos do processo”, disse Lula.
Evitar
discurso
No manifesto para pedir que o TRF-4 autorizasse Moro a expedir mandado de prisão contra Lula, o Ministério Público Federal considerou a medida necessária para "estancar essa sensação de onipotência" e para evitar que o réu manipule a massa para dificultar valer a lei penal, por meio de "palavras de efeito que nada mais fazem do que semear o descrédito no Poder Judiciário".
Pedidos
negados
Desde a ordem de prisão, três pedidos ações em favor de Lula foram negados. O primeiro a dizer não foi o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que disse que a defesa não comprovou por meio de documento ou certidão que ainda pode protocolar dentro do prazo certo esse novo recurso no TRF-4.
Depois o ministro Edson Fachin,
do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido feito por um advogado que não tem
ligação com a defesa de Lula. Neste sábado, o ministro julgou o pedido oficial
do ex-presidente e negou novamente.
Segundo
Fachin, o fato de a ordem de prisão ser expedida quando ainda
cabiam embargos de declaração contra a decisão do TRF-4 que manteve a
condenação de Lula, não contraria o entendimento do STF que permite a execução
provisória da pena.
Sábado,
7 de abril, 2018 ás 13:20
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