A
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) reagiu às
declarações do presidente Michel Temer (MDB), que afirmou, sexta-feira (27/4),
sofrer “perseguição criminosa disfarçada de investigação”, ao comentar a
revelação de que Polícia Federal apura indícios de que o presidente teria usado
dinheiro de propina para reformar imóveis da família e teria ocultado bens em
nome de terceiros. Em nota publicada, a ASPF sugere serenidade ao Temer, para
que as manifestações comuns a investigados não se transformem em ameaças e pressão
indevidas contra a Polícia Federal.
Ao
demonstrar preocupação com o tom da reação de Temer ao vazamento das apurações
de delegados federais, a ADPF reiterou que a instituição “não protege, nem
persegue qualquer pessoa ou autoridade pública, apenas cumpre seu dever legal
de investigar fatos e condutas tipificadas como crimes”.
A
ADPF ainda defendeu a apuração de supostos vazamentos por qualquer das
instituições que manuseiam os autos. E prometeu seguir vigilante, sem admitir
pressões ou campanhas para desacreditar a atuação de delegados de Polícia
Federal, na condução da investigação do presidente ou de qualquer outra
apuração.
Leia a nota da ADPF:
A Associação Nacional dos
Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifesta preocupação com a entrevista do
Presidente da República, Michel Temer, sobre as apurações de suposta prática de
lavagem de dinheiro envolvendo a si e a seus amigos e familiares.
É muito comum que
investigados e suas defesas busquem, por todos os meios, contraditar as
investigações. Entretanto, é necessária serenidade, sobretudo daquele que ocupa
o comando do país, para que suas manifestações não se transformem em potenciais
ameaças e venham a exercer pressão indevida sobre a Polícia Federal.
A ADPF reitera que a
instituição não protege, nem persegue qualquer pessoa ou autoridade pública,
apenas cumpre seu dever legal de investigar fatos e condutas tipificadas como
crimes. Vale destacar que, no caso concreto, vários documentos e peças das
diligências estão disponíveis ao público no sistema de processo eletrônico do
Supremo Tribunal Federal.
É fundamental que as
autoridades policiais tenham a tranquilidade necessária para realizar seu trabalho
investigativo, com zelo, eficiência, dentro da mais absoluta legalidade, tendo
sempre resguardada sua autonomia e respeitada sua independência funcional.
A ADPF defende a apuração
de supostos vazamentos causados por qualquer das instituições que manuseiam os
autos. A entidade seguirá vigilante com o desenrolar dos acontecimentos e não
admitirá pressões ou campanhas com a finalidade de desacreditar a atuação dos
Delegados de Polícia Federal na condução dessa ou de qualquer outra
investigação.
Sábado,
28 de abril, 2018 ás 00:05
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