A
Polícia Federal deflagrou terça-feira(24) a 30ª fase da Lava Jato, intitulada Operação Vício. O alvo da 30ª fase são
grandes empresas fornecedoras de tubos para a estatal, que atuavam com seus
executivos, sócios, advogados e funcionários da Petrobras para sangrar os
cofres da estatal e recolher propina. Os investigadores colheram indícios de
que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, já condenado no petrolão a mais de
23 anos de prisão, e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, também já
penalizado em mais de 50 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, faziam parte do
esquema, que movimentou ao todo mais de 40 milhões de reais em propina.
A
nova etapa da Lava Jato identificou que uma construtora de fachada foi
utilizada para viabilizar o pagamento de propina em um expediente utilizado com
frequência por criminosos do colarinho branco: a celebração de contratos
fictícios de prestação de serviços. A transferência de dinheiro sujo também foi
viabilizada por meio de uma offshore.
O
Ministério Público aponta que os contratos entre a Petrobras e as empresas
fornecedoras de tubos ultrapassam os 5 bilhões de reais. "Evidências
denotam que o pagamento de propinas no interesse desse esquema criminoso
perdurou pelo menos entre os anos de 2009 e 2013, sendo que os valores espúrios
pagos, no Brasil e no exterior, superam a quantia de R$ 40 milhões", disse
o MP. Na etapa batizada de Vício, dois funcionários da Diretoria de Serviços da
Petrobras são alvos de condução coercitiva.
Cinquenta
agentes federais cumprem 28 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão
preventiva e 9 mandados de condução coercitiva nos Estados do Rio de Janeiro e
São Paulo. A ação de hoje se dá em parceria com a Receita Federal e apura os
crimes de crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro no
esquema que sangrou os cofres da Petrobras.
De
acordo com a PF, a operação desta terça é um desdobramento das que revelaram o
esquema criminoso do petrolão. O alvo agora são três grupos empresariais que se
utilizavam de operadores e contratos fictícios com a estatal - sobretudo com a
Diretoria de Serviços - e repassavam dinheiro sujo a funcionários da Petrobras,
além de agentes públicos e políticos.
A
escolha pelo nome Vício se deu, segundo a corporação, em decorrência da
sistemática prática de corrupção por determinados funcionários da estatal e
agentes políticos. "O termo ainda remete a ideia de que alguns setores do
Estado precisam passar por um processo de desintoxicação do modo corrupto de
contratar presente não ação de seus representantes", diz a PF em nota.
A
PF cumpre ainda mandados com o objetivo de apurar pagamentos a um executivo da
área internacional da Petrobras em contratos firmados para aquisição de
navios-sonda.
Por:
Laryssa Borges
Terça-feira,
24 de maio, 2016
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