O
termo pode ser considerado forte à primeira vista, mas é precisamente disso que
se trata: segundo o Ministério Público, uma “organização criminosa”
atuou no centro do governo federal com o intuito de delinquir e obter vantagens
políticas em nome de um projeto de poder. A denúncia apresentada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal
(STF), contra a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da
Silva por suspeita de obstrução da Justiça é o mais evidente indicativo de que
o cerco se fechou e, ao que tudo indica, a Operação Lava Jato está perto de
alcançar a cadeia de comando do petrolão.
No
pedido encaminhado à Suprema Corte, a Procuradoria-Geral solicita abertura de
inquérito para investigação de Dilma, Lula e de José Eduardo Cardozo,
ex-ministro da Justiça e que hoje transformou a Advocacia-Geral da União em um
mero órgão de defesa da presidente da República no processo de impeachment em
tramitação no Congresso Nacional. De acordo com Janot, a indicação de Lula para
ocupar a chefia da Casa Civil teve o claro objetivo de lhe garantir o foro
privilegiado e afastá-lo da alçada do juiz Sérgio Moro, da Vara Federal de
Curitiba, responsável pelas investigações da Lava Jato.
Os
indícios de envolvimento direto de Lula no esquema são tão significativos que,
além desta primeira solicitação, a PGR pediu ao Supremo que o nome do
ex-presidente seja incluído no chamado inquérito-mãe do petrolão, batizado de
“quadrilhão”, ao lado de figuras carimbadas do lulopetismo como Jaques Wagner,
Ricardo Berzoini e Edinho Silva, atuais ministros de Dilma, além de José Sérgio
Gabrielli, que comandou a Petrobras.
E
não é só: Janot ofereceu denúncia contra Lula também no inquérito que apura a
compra do silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, com base no
depoimento do senador Delcídio do Amaral, que afirmou ter atuado sob a
delegação do chefe do PT. Ao fim e ao cabo, o que se tem, em suma, são uma
denúncia e dois inquéritos contra o ex-presidente, ao menos um inquérito contra
Dilma e a possível inclusão dos nomes de Wagner, Berzoini e Edinho na
investigação-chave do petrolão.
Um
dos trechos mais emblemáticos da petição apresentada pelo procurador-geral da
República, que tem a contundência própria de um diligente promotor, aponta que
“essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de
uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o
ex-presidente Lula dela participasse”. Janot vai além: “Os diálogos
interceptados com autorização judicial não deixam dúvidas de que, embora
afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das
decisões mais relevantes, inclusive no que concerne às articulações espúrias
para influenciar o andamento da Operação Lava Jato”.
A
gravidade das denúncias apresentadas pela PGR escancara o grau de degradação a
que chegou o Poder Executivo sob o comando do aparelho lulopetista. É
necessário aguardar o desfecho das investigações, mas Dilma e Lula já estão
indelevelmente marcados como participantes ou beneficiários do maior esquema de
corrupção da história da República brasileira.
Mais
do que nunca, o Brasil exige um novo rumo, um novo tempo, um novo governo que
não se enxovalhe com a corrupção desenfreada e a sucessão de escândalos que o
país acompanhou nos últimos 13 anos. É fundamental que, na próxima semana, o
Senado vote pela admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o
que resultará no afastamento imediato da presidente da República e no
encerramento de um triste período de nossa história.
O
desmantelamento da organização criminosa incrustada no Palácio do Planalto é o
primeiro passo para que o país supere a crise econômica e social gerada pela
irresponsabilidade do PT, retome o crescimento, dê alento aos seus mais de 11
milhões de desempregados e comece a construir um futuro mais próspero. O ocaso
da quadrilha que se apoderou do Estado representa o renascimento da nossa
esperança em uma nação mais digna.
Por:
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Sexta-feira, 06 de maio, 2016
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