O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (19) que o Brasil “não
pode dar errado novamente”. O tom mais agressivo que o adotado nos últimos
tempos foi dado após uma reunião com o ministro do Planejamento, Romero Jucá,
no início da tarde de quinta-feira(19).
“Comunicamos
ao ministro do Planejamento o que já havíamos comunicado ao presidente Michel.
A disposição do Senado federal é colaborar com o Brasil. Há um sentimento que
captamos por onde andamos de que o Brasil não pode dar errado novamente.
Precisamos colaborar com saídas”, afirmou.
Renan
acrescentou que é preciso aproveitar o capital político que está sendo
acumulado pelo novo governo, de modo a tocar rapidamente uma agenda de mudanças
para que o Brasil saia com rapidez da crise econômica e política.
Dignóstico
O
presidente do Senado adiantou que está pensando em criar na Casa uma comissão
especial para elaborar um levantamento dos investimentos e das obras inacabadas
e sugerir o que fazer com elas. “É um quadro dramático em relação a isso. Temos
mais de R$ 270 bilhões em restos a pagar. São coisas que não estão previstas no
Orçamento, porque estão inscritas como restos a pagar”, informou Renan.
Questionado
sobre o valor do rombo nas contas públicas, Renan Calheiros disse que é fundamental
que o governo tenha rapidamente esse diagnóstico para que se tenha um número
verdadeiro para reduzir a meta fiscal. Isso para não fazer o que foi feito nas
últimas reduções.
“Temos
de reduzir, mas com a certeza de que a redução é real, é verdadeira, é
concreta”, destacou, reafirmando que na terça-feira (24) pretende convocar uma
sessãoo do Congresso para discutir e votar a proposta de revisão da meta
orçamentária.
Ao
contrário de quarta-feira (18), quando falou em mais de R$ 200 bilhões, ante os
R$ 96 bilhões apresentados pela equipe econômica do governo Dilma Rousseff,
hoje o presidente do Senado não citou números. “ As informações são de que ela
( a estimativa) está crescendo, porque outras coisas serão agregadas. Isso é
natural. É por isso que mais um dia menos um dia não atrapalha e nem resolve. É
fundamental que tenhamos um número concreto, real, verdadeiro”. Renan defendeu
ainda que o rombo na Eletrobras e a dívida dos estados também entrem na conta.
Liderança
No
Senado, segue indefinido o nome que vai ocupar a liderança do governo, mas
Renan afirmou que o assunto será resolvido nos próximos dias e que problema é
“o excesso de nomes qualificados para a função”, que é o elo entre o Palácio do
Planalto e a Casa.
“Acho
que se for uma mulher será bom como resposta do Senado a essa circunstância que
vivemos no Brasil”, disse sobre a falta de mulheres na equipe de Michel Temer.
Entre os nomes femininos cotados estão o das senadoras Simone Tebet (PMDB-MS) e
Ana Amélia (PP-RS).
Jucá
Quanto
à escolha do deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
para a liderança do governo na Câmara, Renan afirmou que o parlamentar precisa
dizer a que veio e quais são os compromissos que assumirá para colaborar com o
Brasil. “Essa questão de liderança no presidencialismo é uma escolha do
presidente da República”.
Ao
deixar a reunião com Renan, o ministro Romero Jucá assegurou que o Congresso
será pautado com a preocupação de melhorar a economia para que o país volte a
crescer. Ele também destacou a necessidade de diminuir o endividamento dos
estados, fazer com que o nível de empregos possa crescer, fortalecer a
indústria, apoiar o agronegócio, além de ações concretas na linha de concessões
e parcerias público-privadas para aquecer o investimento.
Por:
Karine Melo
Quinta-feira,
19 de maio, 2016
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