A
faceta mais perversa do desmantelo que tomou conta do país em decorrência do
desastre político e administrativo do governo de Dilma Rousseff é o desemprego,
que afeta milhões de famílias e gera angústia, incerteza e falta de
perspectivas para o futuro. De acordo com o mais recente índice divulgado pela
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE,
a taxa de desocupação ultrapassou os dois dígitos, atingindo 10,9% no primeiro
trimestre, o resultado mais alto já registrado pelo levantamento.
Ao
todo, o contingente de desempregados no Brasil passa de 11,1 milhões de
pessoas, o que corresponde a um crescimento de 39,8% na comparação com o mesmo
período do ano passado. A população ocupada, por sua vez, de de 90, 6 milhões
de brasileiros, caiu 1,5% na mesma base de comparação.
O
percentual de desempregados no trimestre anterior, entre outubro e dezembro de
2015, era de 9%, e chegava a 7,9% no mesmo período do ano passado, índices bem
menores do que o verificado neste último levantamento. Segundo o Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, somente no
primeiro trimestre deste ano foram fechadas 319.150 vagas com carteira assinada
– nos últimos 12 meses até março, mais de 1,85 milhão de postos de trabalho se
encerraram. Em março, 118.776 vagas de empregos formais foram fechadas, o pior
resultado para o mês desde 1992, no início da série histórica.
Com
a escalada da inflação, antiga chaga brasileira que os governos de Lula e Dilma
fizeram renascer, os salários continuam sendo corroídos gradativamente, o que
se reflete na queda do poder de compra do trabalhador. A renda média do
brasileiro foi de R$ 1.966,00 no período entre dezembro do ano passado e
fevereiro deste ano, o que significa uma queda de 3,2% em relação ao mesmo
período de 2015. Lamentavelmente, a situação de descalabro atual não tem
perspectivas de ser superada no curto prazo, o que só reforça a absoluta
necessidade de construirmos um novo governo.
O
drama do desemprego é, sem dúvida, o retrato mais visível da herança maldita
que Dilma e Lula deixarão ao país após mais de 13 anos do desgoverno Lulopetista.
Os estertores desta triste experiência política estão indelevelmente marcados
pela maior recessão econômica de nossa história republicana, que atinge
especialmente os trabalhadores e as classes mais pobres, os mais penalizados
pela crise.
A
situação é de tal ordem dramática que, para além da incompetência propriamente
dita, o atual governo sequer consegue existir e se estabelecer na prática. Às
vésperas da votação da admissibilidade do processo de impeachment pelo Senado
Federal, o que deve afastá-la do cargo por até 180 dias, a presidente da
República assiste a uma deprimente debandada de ministros e se vê obrigada a
nomear “tampões” para comandarem algumas das pastas mais importantes. Alguns
deles completamente desconhecidos, estão ali apenas para tapar o buraco deixado
pelos titulares sabe-se por mais quanto tempo. O Brasil está acéfalo, sem
liderança, sem rumo, sem direção, sem governo.
Quanto
mais rápido o Senado analisar o pedido de impeachment e julgar a presidente
pelos crimes de responsabilidade que cometeu, será melhor para os brasileiros e
para o país. Os mais de 11 milhões de desempregados, que lutam diariamente em
busca de um futuro melhor e não encontram saída, simbolizam com perfeição a
pressa da sociedade por um novo caminho. A crise só será superada a partir de
um novo governo, comprometido com o crescimento e o desenvolvimento econômico,
e capaz de fazer as reformas necessárias para recolocar o Brasil nos trilhos. O
país não suporta mais sangrar.
Roberto
Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Domingo,
01 de maio, 2016
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