O
perfil da população que está presa no Brasil é predominantemente composto de
jovens, negros e de baixa escolaridade, de acordo com os dados de junho de 2016
apresentados pelo Ministério da Justiça no Levantamento Nacional de Informações
Penitenciárias (Infopen) nesta sexta-feira, 8.
O
relatório constatou também que continua em disparada o número total de pessoas
presas, chegando a 726 mil, bem como o déficit de vagas e a taxa de ocupação,
resultando em superlotação -- em média, há duas pessoas presas em espaço que
deveria ser destinado a apenas uma.
Os
jovens, entre 18 e 29 anos, correspondem a 55% das pessoas privadas de
liberdade, número semelhante ao registrado no levantamento de 2014, 56%.
De
acordo com os dados obtidos pelo Infopen, 64% das pessoas são negras. "A
informação sobre a raça, cor ou etnia da população prisional estava disponível
para 493.145 pessoas (ou 72% da população prisional total)", ressalvou o
relatório.
"Na
população brasileira acima de 18 anos, em 2015, a parcela negra representa 53%,
indicando a sobre-representação deste grupo populacional no sistema
prisional", aponta o relatório.
O
levantamento aponta que cerca de 75% da população prisional brasileira não
chegou a cursar o ensino médio. Entre essa parcela majoritária, estão os 51%
que não chegaram a concluir o ensino fundamental, os 6% alfabetizados que não
frequentaram a escola e os 4% analfabetos. 24% têm como escolaridade o Ensino
Médio incompleto ou completo, somadas. Apenas 1% dos presos chegaram a iniciar
ou concluir o ensino superior.
Também
é estimado em 1% o número de pessoas que têm algum tipo de deficiência, a maior
parte intelectual, outra parte física. E a maioria das pessoas com deficiência
física (64%) se encontra em unidades que não foram adaptadas para suas
condições específicas de acessibilidade aos espaços. O relatório aponta que
faltam mais dados sobre as condições de encarceramento das pessoas com
deficiência e pedem que os gestores das unidades prisionais apresentem
informações.
Sobre
a presença de estrangeiros, 56% dos estrangeiros vêm do continente americano;
27%, da África; e 13%, da Europa.
Sábado,
09 de dezembro, 2017 ás 30
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