Apontado
como possível candidato à Presidência da República em 2018, o ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, dirá na propaganda partidária do PSD que
populistas e oportunistas fazem mal ao País. No vídeo, que será veiculado nesta
quinta-feira em cadeira nacional de rádio e TV e do qual o ministro será o
protagonista, Meirelles afirmará também que o brasileiro não quer mais saber de
aventuras.
"Estamos
no rumo certo e não podemos dar nenhum passo atrás. Temos de ficar atentos: o
populismo e os oportunistas fazem mal ao País. O Brasil exige competência,
responsabilidade e ética", dirá o ministro no vídeo, sem citar nomes.
"O governo anterior quebrou o País, essa é a grande verdade. O brasileiro
não quer mais saber de aventuras", afirmará em outro texto do vídeo, que
foi apresentado pelo PSD a jornalistas nesta quarta-feira.
Elaborado
por Felipe Soutello, marqueteiro que costuma fazer trabalhos para o PSD, a
propaganda terá 10 minutos de duração. Desse total, o ministro da Fazenda
falará por cerca de 8 minutos. Além dele, falam rapidamente no vídeo Alda Marco
Antonio, ex-vice-prefeita de São Paulo e coordenadora nacional do PSD Mulher, e
pessoas comuns, que darão declarações sobre a percepção sobre a economia
brasileira.
Na
propaganda, Meirelles faz defesa do governo do presidente Michel Temer, embora
não tenha mencionado o nome do presidente. Ele ressaltou melhoras nos
indicadores econômicos do País, como controle da inflação, juros menores,
comida "mais barata" e diminuição do desemprego. "O rumo está correto
e não podemos desviar o trilho. Ainda não deu para todo mundo perceber, mas a
direção é de crescimento do Brasil", dirá o ministro.
O
ministro também faz uma defesa das reformas. Segundo ele, o governo "tido
coragem para fazer reformas fundamentais para retomada do crescimento e do
emprego". "As reformas só dependem de um grande e poderoso reencontro
dos milhões de brasileiros, que são maioria e não estão nos extremos
ideológicos. Um reencontro para buscar um amanhã diferente", afirmará
Meirelles.
A
propaganda também apresentará um pequeno resumo do currículo do ministro. O
vídeo ressalta que Meirelles estudou em escola pública, formou-se em engenharia
e se especializou em economia. A peça tenta passar uma imagem de que o ministro
é trabalhador. "Sou um homem que acredita no diálogo. Durmo pouco e
trabalho muito. Gosto de trabalhar", dirá o ministro, que aparece no vídeo
vestido apenas de camisa social, sem terno.
Meirelles
dirá ainda que o foco de seu trabalho é "combater privilégios",
aumentar emprego e distribuir renda. "Dizer que as coisas estão ótimas é
faltar com o respeito com aqueles que ainda estão sem emprego. (...) Sempre dá
para melhorar mais", disse. "Sem arrumar a economia, não se arruma a
saúde nem a educação, muito menos a segurança. Por isso, é importante o governo
gastar melhor, para investir em mais polícia e mais equipamentos",
afirmará em outro trecho.
Interesse.
Meirelles tem admitido interesse em disputar a Presidência da República em
2018, mas diz que só decidirá sobre a candidatura no final de março, prazo
final exigido pela legislação eleitoral para que ministros que disputarão as
eleições de outubro se desincompatibilizem do cargo. O ministro, porém, já vez
se mobilizando para viabilizar a candidatura.
Como
mostrou o Estadão/Broadcast, ele repaginou suas redes sociais, contratou equipe
de filmagem para registrar suas atividade, além de dar mais entrevistas. Em uma
atitude inusitada, Meirelles convocou coletiva de imprensa para esta
quinta-feira na sede nacional do PSD em Brasília. Segundo o partido, o ministro
falará sobre temas variados, principalmente sobre política. A entrevista
ocorrerá na hora do almoço para "não haver conflito de interesse".
Na
tentativa de fugir do rótulo de candidato do mercado, Meirelles começou a fazer
inflexão no discurso. Ele prepara uma plataforma eleitoral para tentar traduzir
a melhoria dos indicadores econômicos em benefício à população mais pobre. Em
café da manhã com jornalistas ontem, o ministro acenou com reajuste dos
benefícios do Bolsa Família e a correção da tabela do Imposto de Renda de
Pessoas Físicas (IRPF) em 2018, ano eleitoral. (AE)
Quinta-feira,
21 de dezembro, 2017 ás 10hs00
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