Além
de alçar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao comando do partido, o
PSDB vai colocar em votação, na reunião da Executiva Nacional marcada para o
próximo dia 9, uma proposta de estatuto que prevê menos poder ao próximo
presidente. As mudanças, segundo dirigentes da sigla, são uma tentativa de
“virar a página” e evitar novos desgastes, como as críticas envolvendo a
recondução do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na presidência da legenda.
Entre
as alterações está o fim da reeleição para o comando da sigla e uma nova forma
de gestão do orçamento do partido. Pela proposta, apresentada nesta
quinta-feira, 30, durante reunião em Brasília, ficou definido que a
distribuição dos recursos passará por decisão dos membros da Executiva, formada
por 24 integrantes, e não mais pelo presidente do partido, que poderá gerir uma
parcela de, no máximo, R$ 50 mil por mês.
Além
do valor mensal que a sigla recebe do Fundo Partidário (neste ano foi de R$ 5,6
milhões por mês, em média), caberá aos membros da Executiva a partilha do fundo
eleitoral que vai bancar as campanhas do ano que vem. Pelas contas de assessores
parlamentares, o PSDB terá cerca de R$ 200 milhões para dividir entre todos os
seus candidatos em 2018.
A
falta de critérios claros para a divisão dos recursos foi uma das críticas ao
texto da reforma política aprovado em setembro pelo Congresso. A avaliação na
época foi de que ela deixa margem para que a cúpula dos partidos privilegie
alguns nomes.
Compliance
No
estatuto, também ficaria contemplada a implementação do sistema de compliance
(regras de boas práticas e condutas), porém os termos ficariam a critério da
nova Executiva, que será eleita no próximo dia 9. A ideia é designar uma
espécie de gestor de compliance independente que não poderia ser filiado ao
PSDB nem ter parentesco com membros da legenda. “São mudanças que têm o
objetivo de modernizar o PSDB, de dar uma cara nova para o partido”, afirma a
deputada federal Yeda Crusius (RS), vogal da legenda.
Alguns
integrantes da Executiva, no entanto, consideraram o assunto como ainda “novo”
e pediram mais tempo para analisar a proposta. Entre eles está o ministro das
Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, vice-presidente da legenda, que
pediu explicações ao deputado Carlos Sampaio (SP), um dos idealizadores do
plano de compliance. Uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana. (AE)
Sexta-feira,
1º de novembro, 2017 ás 10hs30
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