O
Ministério Público Federal considerou desnecessária a realização de uma perícia
técnica nos 31 recibos de aluguel de um dos apartamentos do edifício Hill
House, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), apresentados pela defesa do
ex-presidente Lula. A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que o imóvel
foi fruto de propina da Odebrecht ao petista em troca de contratos com a
Petrobras.
Em
petição ao juiz Sérgio Moro, que conduz ação penal contra Lula por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, os procuradores sustentam que o ‘conjunto
probatório’ é ideologicamente falso para dar aparência de legalidade a atos
ilícitos. Alguns deles, conforme o MPF, têm datas que não existem no
calendário. O apartamento está no nome do engenheiro Glaucos da Costamarques,
primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
“Ante
o exposto, em atenção a todo o conjunto probatório colhido, os aspectos
pontuais sobre a confecção dos recibos apresentados pelo acusado Luiz Inácio
Lula da Silva que se pretendia analisar por meio da realização de prova técnica
foram aclarados, permitindo concluir que Glaucos da Costamarques firmava
recibos ideologicamente falsos em bloco exclusivamente para dar amparo
dissimulado à locação do apartamento n. 121, que não existia de fato. Dessa
maneira, o Ministério Público Federal deixa de insistir na realização da prova
técnica”, afirma a força-tarefa.
Os recibos foram entregues
pela defesa do ex-presidente em outubro.
Lula
é réu em ação penal por supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht. Do
total das vantagens indevidas, o apartamento no condomínio Hill House
representa R$ 504 mil.
Para
a força-tarefa, o petista nunca pagou pelo aluguel do imóvel, que é vizinho à
sua residência, em São Bernardo do Campo.
Durante
o processo, Glaucos afirmou à Justiça nunca ter recebido os valores entre 2011
e 2014 e que, somente em 2015, após visitas que recebeu durante sua internação
em processo pós-operatório, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, do
advogado do ex-presidente Roberto Teixeira e do contador João Muniz Leite,
passou a ser pago.
A
defesa de Lula também se manifestou nesta segunda-feira. Os advogados afirmam
que a perícia técnica não é necessária porque os recibos são autênticos.
“(...)
Está devidamente comprovada a autenticidade dos recibos apresentados bem como a
quitação emitida em favor da inquilina, D. Marisa Letícia Lula da Silva, não
havendo novos requerimentos a serem realizados por esta Defesa”, escreveram os
advogados. (DP)
Terça-feira,
19 de dezembro, 2017 ás 00hs05
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