Presos no dia (18/5) na Operação
Patmos, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima pediram que o
Supremo Tribunal Federal (STF) revogue os mandados de prisão autorizados pelo
ministro Edson Fachin e solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Medeiros é primo do senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG), e Mendherson é assessor do senador Zezé
Perrella (PMDB-MG). Eles foram presos sob acusação de terem recebido dinheiro
em espécie repassado indevidamente pela JBS com destino ao senador Aécio Neves
– o valor total acertado é de R$ 2 milhões, segundo as investigações.
A defesa de Frederico afirma que
a manutenção da prisão é "completamente desnecessária" porque ele
"jamais poderá influir" na apuração das suspeitas e que não teria
motivo para tentar dificultar novas ações dentro da investigação. Diz também
que Frederico e Aécio Neves estão afastados do cargo público e que, desta
forma, não seria possível cometer crime em razão do cargo - que é o que a PGR
investiga.
"A proibição de contato com
os demais investigados e o recolhimento domiciliar, evidentemente, já seriam
suficientes, visto terem o mesmo efeito da custódia em unidade prisional",
diz a defesa de Frederico Pacheco de Medeiros, pedindo que o cliente possa
responder em liberdade eventual ação penal.
O advogado de Mendherson Souza
Lima afirmou que, "de todo o ocorrido teve participação mínima, conforme
se depreende pelo narrado no requerimento do MPF encampado pelo decreto de
prisão preventiva, e, em liberdade, não trará nenhum embaraço à ação da Justiça".
A defesa diz que Mendherson "não trabalhava e não trabalhou em negócios
escusos do senador Aécio Neves, e muito menos em campanha eleitoral".
"Manter esta prisão porque o
agravante 'seria conhecedor de todas as estratagemas adotadas para ocultar a
origem ilícita dos recursos movimentados, gravidade do crime e para impedir a
destruição de provas' sem indicação concreta destes fatos é totalmente
desnecessária", diz a defesa de Mendherson.
'NEGÓCIOS ESCUSOS'
Para a PGR, "as provas
colhidas e ora apresentadas demonstram que Andrea Neves, Frederico de Medeiros
Pacheco e Mendherson Souza Lima trabalham diretamente nos negócios escusos
feitos pelo Senador Aécio Neves".
Em relatório da Polícia Federal
divulgado nesta sexta-feira (26) há o relato de que Mendherson Souza Lima -
assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) - teria buscado em São Paulo na
data de 03/05/2017, parte do valor de propina acertado entre o senador Aécio
Neves e o empresário Joesley Batista.
Isso foi possível graças ao
próprio Mendherson, que, após ser preso, levou a PF ao local onde admitiu ter
escondido o valor após a notícia sobre repasses indevidos da ordem de R$ 2
milhões na noite da quarta-feira 17 de maio, na véspera da operação. Segundo a
investigação da Procuradoria-Geral da República, o assessor de Zezé Perrella
teria atuado na operação para receber o dinheiro em nome de Aécio Neves junto
com o primo do senador afastado, Frederico Pacheco de Medeiros.
Após ser preso, na quinta-feira
(18), Mendherson disse que escondeu o dinheiro na casa da sogra por ter ficado
assustado com as citações ao seu nome em meio às notícias de um possível
pagamento de propina a Aécio Neves. A informação de que o senador Aécio Neves
teria pedido e recebido R$ 2 milhões indevidos da JBS surgiu na noite da
véspera (17/5). (AE)
Sábado, 27 de Maio, 2017 as 10hs00
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