O juiz federal Sérgio Moro
defendeu nesta quarta-feira, 10, a manutenção da prisão preventiva do
ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, sob a alegação de que a sua
liberdade colocaria em risco a ordem pública. A manifestação de Moro foi feita
em um ofício encaminhado nesta manhã ao ministro Edson Fachin, relator da
Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta-feira passada, 3,
Fachin indeferiu um pedido de liberdade apresentado pela defesa de Palocci.
Após três derrotas consecutivas na Segunda Turma do STF, Fachin decidiu levar o
caso ao plenário da Corte, que vai decidir se referenda ou não a sua decisão.
No ofício, Moro afirma que há
investigações em andamento com foco em Palocci e destacou que o ex-ministro
teria sido responsável pela administração de cerca de R$ 150 milhões de reais
repassadas pela Odebrecht a agentes do Partido dos Trabalhadores.
"O que se tem, portanto, em
cognição sumária, são provas de macrocorrupção, praticada de forma serial pelo
paciente, com graves consequências, não só enriquecimento ilícito, mas também
afetando a integridade de processos eleitorais no Brasil e no exterior por
sucessivos anos. O esquema criminoso que teria durado por anos foi interrompido
somente com a prisão preventiva dos pagadores e recebedores de propinas",
escreveu Moro a Fachin.
"Não parece prudente, dados
os indícios da prática serial de crimes graves, que se coloque em liberdade o
paciente, colocando em risco a ordem pública e igualmente a integridade dos
próximos pleitos eleitorais", prosseguiu o juiz federal.
Ação penal
Moro ressaltou que Palocci é alvo
de uma ação penal envolvendo a acusação de pagamento de propina devido a
contratos de sondas para a exploração do petróleo na camada do pré-sal. Em uma
outra ação penal, Palocci é acusado de administrar uma conta corrente de
propina que teria sido utilizada para a aquisição de um prédio destinado ao
Instituto Lula. (AE)
Quinta-feira, 11 de Maio, 2017 as
10hs40
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