Depois
da tentativa de criar uma CPI para investigar integrantes do Supremo Tribunal
Federal (STF), um grupo de 21 senadores prepara nova investida contra a Corte.
Trata-se de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece prazo para
mandato dos ministros do Supremo – de oito a dez anos -, sem a possibilidade de
recondução, além de mudar os critérios de escolha de seus integrantes.
Atualmente,
os ministros podem exercer o cargo até 75 anos, quando têm aposentadoria
compulsória. A proposta a ser apresentada também mexe no processo de escolha
dos 11 ministros da Corte. Pelas regras atuais, a indicação cabe ao presidente
da República, que deve escolher um nome com “reputação ilibada e notável saber
jurídico”. O indicado também precisa passar pela aprovação do Senado. O
critério, na interpretação de senadores, é genérico.
Até
o fim do seu mandato, em 2022, o presidente Jair Bolsonaro terá direito de
nomear dois ministros em seu mandato. O primeiro será na vaga do decano do
Supremo, Celso de Mello, que se aposenta em novembro do ano que vem.
“Queremos
uma pauta propositiva, que moralize e faça um regramento do Supremo. No nosso
entender, está totalmente um ponto fora da curva no País”, disse o senador
Eduardo Girão (Podemos-RS). Para ele, o STF não está “ouvindo” a população. “O
único lugar onde não pode faltar justiça é no Supremo. O Supremo não é
investigado e se coloca acima dos outros Poderes”, criticou.
A
ideia da PEC partiu do grupo batizado como “Muda Senado”, que se contrapõe ao
presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Entre os integrantes desse grupo,
estão oito filiados ao Podemos. Há também senadores do PSD e PP. Dois senadores
do PSL, partido de Bolsonaro, compõem o time: Major Olímpio (SP) e Soraya
Thronicke (MS).
O
senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, é um dos que discordam
do grupo e, recentemente, se movimentou para fazer com que colegas retirassem
as assinaturas do pedido de abertura da CPI da Lava Toga.
Pelo
menos outras três propostas para instituir mandatos no STF já tramitam na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Os textos dependem de um
parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e não há previsão para que o
tema seja pautado no colegiado. Em março, o senador Plínio Valério (PSDB-AM),
que faz parte do “Muda Senado”, também apresentou projeto propondo que os
próximos ministros escolhidos para compor o STF tenham mandatos de oito anos,
sem direito à recondução.
A
justificativa para apresentar uma nova PEC, agora, é justamente incluir na
discussão os critérios para escolha e emplacar proposta com a marca do grupo.
(As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.)
Terça-feira,
24 de setembro ás 12:00
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