Em
uma prévia da despedida do cargo, a presidente do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) e procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
afirmou na sexta-feira (6/09) que, sem independência e autonomia, o Ministério
Público não tem como promover o sistema de freios e contrapesos que lhe
incumbiu a Constituição Federal de 1988. A declaração foi dada em Goiânia (GO),
durante o encerramento do 23º Congresso Nacional do Ministério Público, realizado
pela Associação Nacional do Ministério Público (Conamp) e pela Associação
Goiana do Ministério Público – (AGMP).
Dodge
exaltou a importância do encontro com o tema “Ministério Público, Direitos
Fundamentais e Democracia”, para a integração dos membros do MP brasileiro. Ela
ainda se posicionou contra a Lei de Abuso de Autoridade; e defendeu o livre
exercício do Ministério Público, com independência e autonomia, para que os
membros ajam “com coragem e destemor”, segundo informou a Secretaria de
Comunicação Social do Conselho Nacional do Ministério Público.
A
titular da PGR ressaltou que o trabalho da instituição “salva vidas, rompe
ciclos de pobreza, dissipa desigualdades regionais, coíbe discriminação de
sexo, de origem, de raça, protege o patrimônio público contra a corrupção e
zela pela moralidade administrativa”. E afirmou que o papel do órgão é tornar o
Brasil mais seguro, mais honesto e menos violento.
Em
seu discurso, Dodge também salientou que o CNMP “tem a função de fazer a
supervisão disciplinar dos 18 mil membros da instituição e tem funcionado
vigorosamente, aplicando sanções duras àqueles que cometem infração
disciplinar, inclusive com pena de demissão”.
E
acrescentou, ainda, que o Conselho e a Procuradoria Geral da República reuniram
esforços para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pactuados por 192
países.
Sobre
ser a primeira mulher a chefiar o Ministério Público Federal, Dodge
cumprimentou, em especial, as promotoras e procuradoras de justiça, e as
procuradoras-gerais. “Demandem mais espaço institucional, paridade em painéis,
cargos de gestão e condições de capacitação continuada”, conclamou Dodge. (Com
DP)
Sábado,
07 de setembro ás 12:00
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