Em
pouco mais de oito meses de força-tarefa, o INSS já suspendeu ou cancelou
definitivamente o pagamento de 254 mil benefícios com indícios de fraude ou
outras irregularidades, segundo a Agência Estadão Conteúdo. Pessoas mortas que
continuavam recebendo os valores mensais e servidores estaduais e municipais
que ganhavam o benefício assistencial voltado à baixa renda são as
irregularidades mais comuns. A economia com os cancelamentos chega a R$ 4,37
bilhões anual.
No
pente-fino, o INSS identificou, por exemplo, um servidor estadual do Rio de
Janeiro que se aposentou em 1999 com um benefício de R$ 14 mil mensais. No
mesmo ano, ele ingressou com um pedido de benefício assistencial no INSS, no
valor de um salário mínimo (hoje em R$ 998). O Benefício de Prestação
Continuada (BPC) é pago a idosos e pessoas com deficiência com renda familiar
per capita de até um quarto do salário mínimo (o equivalente a R$ 249,50).
Também
no Rio, o órgão identificou uma pensionista do estado que tem renda mensal de
R$ 15,8 mil e desde 2012 recebe o benefício assistencial. O prejuízo é
calculado em R$ 86 mil.
Os
casos de servidores estaduais e municipais que recebem indevidamente o
benefício assistencial chamaram a atenção da cúpula do INSS. Até agora, foram
identificados 4,7 mil funcionários públicos praticando a fraude. Desses, mil já
tiveram o benefício suspenso e outros 3,7 mil terão o pagamento cancelado nos
próximos dias.
O
INSS cruzou suas informações com a base de dados de sete estados que
colaboraram para a operação. Nos processos com indícios de irregularidade,
92,5% dos casos tiveram a fraude confirmada, um índice considerado extremamente
alto pelo órgão.
Além
das fraudes praticadas por servidores, o INSS identificou que 59% dos
benefícios cancelados ou suspensos vinham sendo recebidos irregularmente por
pessoas próximas do beneficiário falecido. Uma mulher na Baixada Fluminense
(RJ) acumulava desde 1999 duas pensões por morte de companheiros, causando um
prejuízo de R$ 46 mil. “Às vezes, a fraude é tão escancarada que eles nem se
defendem (na esfera administrativa) ”, afirma o presidente do INSS, Renato
Vieira.
(O
dia)
Sábado,
28 de setembro ás 10:30
Nenhum comentário:
Postar um comentário