Foi
exatamente o que aconteceu no episódio destacado na reportagem de Daniel
Weterman, Rafael Moraes Moura e Julia Lindner, edição de sábado de O Estado de
São Paulo. De fato, com base na informação do general Otávio Rego Barros,
porta- voz do Palácio do Planalto, foi este o desfecho da crise que só durou 24
horas.
O
general Rego Barros disse que o substituto de Fernando Bezerra na liderança do
governo no Senado somente seria decidido pelo presidente da República quando
retornar da Assembleia Geral da ONU.
DOIS
NOMES – Rego Barros, entretanto, revelou a existência de dois nomes cogitados
para o cargo, uma vez que Fernando Bezerra colocou o posto à disposição de Jair
Bolsonaro.
No
mesmo contexto, matéria de Andre Calegari e Breno Peres, o jornal publica
afirmação do ministro Sérgio Moro destacando que a Polícia Federal é uma
instituição com autonomia, que agiu por determinação do Supremo. Com isso, me
parece que o presidente Bolsonaro e o ministro da Justiça dão o caso como
encerrado.
Não
tiveram eco, assim, os protestos formulados por parlamentares a favor do
acusado nas dependências do próprio Senado Federal. O desfecho parece claro,
caso contrário Rego Barros não teria dito que existem dois nomes cotados para
substituir o líder do governo.
SEM
CABIMENTO – Aliás, não teria cabimento algum Bolsonaro manter o acusado como
seu líder na Câmara Alta do país. Nem ele próprio, como senador, teria mais
condições de permanecer à frente da bancada depois do episódio que colocou em
xeque a autoridade parlamentar contra a autonomia da Polícia Federal, como
frisou Sérgio Moro.
Tenho
a impressão que deve ter pesado na decisão uma foto publicada na Folha de São
Paulo focalizando o fato de Fernando Bezerra ter sido ministro da ex-presidente
Dilma Rousseff. Na foto ele aparece durante um despacho com a então presidente
da República.
CASO
DE LEVY – Na minha opinião, talvez a lembrança tenha passado despercebida,
quando Bolsonaro aceitou, certamente por indicação de alguém, a investidura de
Fernando Bezerra Coelho. Na época, havia restrição quanto ao aproveitamento de
ex-ministros de Dilma Rousseff na equipe do governo, conforme já tinha se
tornado público relativamente à nomeação de Joaquim Ferreira Levy no primeiro
escalão do governo que começava. Coisas da política.
Pois
a política, no fundo, é um conjunto de técnicas que se movem de acordo com a
sensibilidade que envolve o poder. No caso de Joaquim Levy, a indicação partiu
do ministro Paulo Guedes, que assumiu a responsabilidade. Assim, verifica-se
que em apenas nove meses substituições foram acontecendo, o que deixa claro a
dificuldade que o presidente encontrou na escolha dos nomeados. (TI)
Domingo,
22 de setembro ás 12:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário