Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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22 setembro, 2019

Na tempestade entre a PF e Fernando Bezerra, Bolsonaro prestigiou Sérgio Moro


Foi exatamente o que aconteceu no episódio destacado na reportagem de Daniel Weterman, Rafael Moraes Moura e Julia Lindner, edição de sábado de O Estado de São Paulo. De fato, com base na informação do general Otávio Rego Barros, porta- voz do Palácio do Planalto, foi este o desfecho da crise que só durou 24 horas.

O general Rego Barros disse que o substituto de Fernando Bezerra na liderança do governo no Senado somente seria decidido pelo presidente da República quando retornar da Assembleia Geral da ONU.

DOIS NOMES – Rego Barros, entretanto, revelou a existência de dois nomes cogitados para o cargo, uma vez que Fernando Bezerra colocou o posto à disposição de Jair Bolsonaro.

No mesmo contexto, matéria de Andre Calegari e Breno Peres, o jornal publica afirmação do ministro Sérgio Moro destacando que a Polícia Federal é uma instituição com autonomia, que agiu por determinação do Supremo. Com isso, me parece que o presidente Bolsonaro e o ministro da Justiça dão o caso como encerrado.

Não tiveram eco, assim, os protestos formulados por parlamentares a favor do acusado nas dependências do próprio Senado Federal. O desfecho parece claro, caso contrário Rego Barros não teria dito que existem dois nomes cotados para substituir o líder do governo.

SEM CABIMENTO – Aliás, não teria cabimento algum Bolsonaro manter o acusado como seu líder na Câmara Alta do país. Nem ele próprio, como senador, teria mais condições de permanecer à frente da bancada depois do episódio que colocou em xeque a autoridade parlamentar contra a autonomia da Polícia Federal, como frisou Sérgio Moro.

Tenho a impressão que deve ter pesado na decisão uma foto publicada na Folha de São Paulo focalizando o fato de Fernando Bezerra ter sido ministro da ex-presidente Dilma Rousseff. Na foto ele aparece durante um despacho com a então presidente da República.

CASO DE LEVY – Na minha opinião, talvez a lembrança tenha passado despercebida, quando Bolsonaro aceitou, certamente por indicação de alguém, a investidura de Fernando Bezerra Coelho. Na época, havia restrição quanto ao aproveitamento de ex-ministros de Dilma Rousseff na equipe do governo, conforme já tinha se tornado público relativamente à nomeação de Joaquim Ferreira Levy no primeiro escalão do governo que começava. Coisas da política.

Pois a política, no fundo, é um conjunto de técnicas que se movem de acordo com a sensibilidade que envolve o poder. No caso de Joaquim Levy, a indicação partiu do ministro Paulo Guedes, que assumiu a responsabilidade. Assim, verifica-se que em apenas nove meses substituições foram acontecendo, o que deixa claro a dificuldade que o presidente encontrou na escolha dos nomeados. (TI)

Domingo, 22 de setembro ás 12:00

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