O
presidente Michel Temer afirmou que recursos advindos do acordo entre
poupadores e bancos vai reforçar o orçamento das famílias e ajudar a movimentar
a economia do país. O acordo com os poupadores foi homologado em março pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) e prevê a compensação das perdas com os planos
econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991).
Segundo
ele, o acordo vai injetar de R$ 11 bilhões a R$ 12 bilhões na economia.
“Apresentamos
soluções concretas para problemas antigos. Embora o problema fosse complexo, a
solução encontrada trará benefícios diretos para os poupadores e para o
conjunto da economia. Serão bilhões de reais a reforçar o orçamento das
famílias e, especialmente, a circular na economia brasileira”, disse.
Temer
anunciou na terça-feira (22/5), oficialmente, o início de adesões ao acordo que
deverão ser feitas pela internet.
Segundo
o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, o
acordo envolve mais de 1 milhão de processos individuais além de mil ações
civis públicas. Aproximadamente 3 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas.
“Tenho
certeza que vai ter um impacto positivo para o consumo e possivelmente no
investimento, dependendo do que os poupadores desejam fazer”, disse Portugal.
O
acordo foi firmado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a
Frente Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) e a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), com a mediação da Advocacia-Geral da União (AGU). O processo foi
acompanhado pelo Banco Central.
Temer
destacou ainda que o acordo foi fruto do diálogo e da conciliação – valores,
segundo ele, tão necessários no país atualmente. “No Brasil, o que mais precisamos
hoje é de diálogo. E a conciliação que se deu foi de natureza judicial, mas
deve servir como exemplo para todos os atos que se praticam no Estado
brasileiro”, disse.
Como funciona a plataforma
A
página na internet que receberá os pedidos de habilitação dos poupadores que
tiveram perdas financeiras com planos econômicos das décadas de 80 e 90 está no
ar desde ontem. Caberá aos próprios poupadores ou seus representantes legais
(advogados, defensores públicos ou herdeiros) fazer o cadastro no site e
incluir as informações sobre o processo, que serão remetidas às instituições
financeiras responsáveis pelos pagamentos.
Os
dados serão conferidos e validados e a instituição financeira poderá confirmar
as informações, devolver ou negar o pagamento. Em caso de negativa, o
interessado poderá requerer uma nova análise.
Ao
final do processamento de cada pedido na plataforma, uma lista dos poupadores
deverá ser divulgada. A adesão ao acordo é voluntária e quem optar por essa
alternativa terá sua ação extinta na Justiça. “Estabelecemos como critério a
questão da idade, então os mais idosos terão preferência e a cada 30 dias o
sistema se abre para lotes, pautando-se pela idade com diferença de 4 anos em 4
anos. Isso vai se dar até fevereiro de 2019”, explica a ministra Greice
Mendonça, da Advocacia-Geral da União.
Terão
direito ao pagamento das perdas os poupadores com ações na Justiça e também
seus herdeiros. Os poupadores que tenham até R$ 5 mil a receber terão o valor
creditado à vista na conta bancária. Já os que têm saldo entre R$ 5 mil e R$ 10
mil, receberão em três parcelas, sendo uma à vista e duas semestrais. A partir
de R$ 10 mil, o pagamento será feito em uma parcela à vista e quatro
semestrais. A correção para os pagamentos semestrais será feita pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O
acordo também prevê descontos para poupadores que receberão quantia superior a
R$ 5 mil. O deságio varia conforme o saldo e começa em 8% para aqueles que
receberão entre R$ 5 mil e R$ 10 mil; 14% para os que receberão na faixa de R$
10 mil a R$ 20 mil; e 19% para investidores que têm direito a receber mais de
R$ 20 mil.
“Não
somente os titulares terão direito a recebimento. Os herdeiros e inventariantes
poderão também aderir ao acordo e para isso devem buscar rapidamente o diálogo
com advogado. Ele poderá acessar de forma segura essa plataforma eletrônica,
preencher os dados do poupador, indicar a conta corrente em que o poupador
pretende receber esses valores e com isso, com o todo o cronograma que está previsto
no acordo, finalmente permitir que os recursos cheguem ao destinatário”,
acrescenta a ministra. (ABr)
Terça-feira,
22 de maio, 2018 ás 18:00
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